O uso da haste de aterramento no SPDA

A ABNT NBR 5419 define eletrodo de aterramento como: “parte ou conjunto de partes do subsistema de aterramento capaz de realizar o contato elétrico direto com a terra e que dispersa a corrente da descarga atmosférica nesta”. Assim, se pensarmos de modo geral, qualquer elemento metálico – desde um radiador de caminhão até as armaduras da fundação de uma estrutura, passando por cabos de cobre até outros componentes metálicos – pode ser considerado eletrodo de aterramento normalizado (vale o bom senso).

O grau de eficiência de cada um dos eletrodos citados no exemplo dependerá de os resultados obtidos na dissipação das correntes elétricas espúrias por esses eletrodos na terra causarem maior ou menor variação das tensões na superfície do solo situado sobre e nas vizinhanças do eletrodo.

Tem-se ainda no texto da ABNT NBR 5419 as seguintes definições: “eletrodo de aterramento em anel: eletrodo de aterramento formando um anel fechado ao redor da estrutura, em contato com a superfície ou abaixo do solo” e “eletrodo de aterramento pela fundação: parte condutora enterrada no solo embutida no concreto da fundação da estrutura, preferencialmente, na forma de um circuito fechado, e que tem continuidade elétrica garantida”.

O texto da versão 2015 da NBR 5419 não reconhece como válido o arranjo de aterramento do tipo A, também conhecido como aterramento pontual, aceito por versões anteriores, em que eletrodos verticais (hastes de aterramento) eram cravados no solo individualmente ou em arranjos (delta, tríodo, em linha, engastada, etc.) para cada condutor de descida.

Dessa forma, o uso das hastes de aterramento ficou restrito à condição de complemento para eletrodos em anel conectadas próximas aos condutores de descida, ou configuradas em malha, geralmente conectadas nos cruzamentos dos módulos da malha.

É interessante notar que, após rápida consulta às 4 partes da NBR 5419, a palavra “haste” somente apareceu em assuntos relacionados à captação, ou seja, a NBR 5419 não reconhece haste de aterramento como um tipo de eletrodo válido se utilizado como protagonista. Então, onde usar haste de aterramento?

Após medir as resistências do solo, calcular suas resistividades e estratificá-lo, ou seja, conhecer o solo em que o eletrodo de aterramento será instalado, será possível melhorar a eficiência desse eletrodo se o conjunto formado por eletrodos horizontais – como cabo mais eletrodos verticais, por exemplo, hastes de aterramento – estiverem posicionados na mesma camada estratificada do solo ou ainda se buscar aprofundar o eletrodo através das hastes para atingir camada mais profunda do solo que possua resistividade menor que a camada mais superficial. Cuidado! Se, ao contrário das situações anteriores, a camada mais profunda do solo tiver resistividade maior que a camada mais superficial e forem utilizados eletrodos verticais como complemento do anel, essa configuração poderá causar tensões superficiais mais intensas próximo de onde os condutores de aterramento, prolongamento dos condutores de descida penetram na terra, elevando o risco de choque elétrico (tensão de toque) na região.

 

Conclusão

Haste de aterramento, como qualquer outro componente do eletrodo de aterramento, não é vilão, tão pouco mocinho na história. Deve ser utilizada com conhecimento, bom senso e seriedade, como qualquer outro componente do SPDA.

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