Dando sequência a esta série de artigos sobre o tema iluminação e para iniciar 2022, trataremos do panorama atual do mercado de iluminação e as perspectivas para o ano de 2022.
O ano de 2021 foi cheio de desafios e incertezas, em um ano ainda marcado pela presença da Covid-19 em nossas vidas, e com o avanço da vacinação que não foi suficiente para retomada com segurança de muitos eventos de iluminação no Brasil e no exterior. Para o setor de iluminação, o ano teve como um dos principais problemas a questão da logística internacional com a crise de componentes, que acabou afetando diretamente os negócios, representando aumento de custos e prazos, obrigando fornecedores a buscar alternativas que nem sempre se mostraram efetivas. Logo, cada vez mais se faz necessário um planejamento de longo prazo visto que para 2022 não há perspectiva de melhoria significativa, pelo menos no primeiro semestre. O aumento de custos reais em moeda estrangeira também representou um desafio para os fabricantes que se baseiam em compras de componentes importados e acabou afetando também qualquer fornecedor local que compra matéria-prima importada. Este desafio também acabou sendo uma oportunidade de revisão de modelo de negócio e processos, bem como possibilidade de melhorias de produtividade para enfrentar este problema.
Os eventos específicos do segmento de iluminação que foram adiados no formato presencial, como Expolux e LED Fórum, devem acontecer em 2022 com uma grande adesão do público em geral, que aguarda as novidades e reencontros para início do segundo semestre. Ambos os eventos citados têm previsão de ocorrerem em agosto de 2022 com novidades para os participantes. A internacional L+B (Light + Building), que foi adiada de março para outubro de 2022, também gera boa expectativa de que efetivamente seja um momento de atualização e renovação de conhecimentos.
A ruptura que ocorreu neste período despertou a necessidade de investimento em tecnologias para o segmento de iluminação e novas perspectivas para este mercado. O virtual que, então foi uma necessidade, segue em crescimento com a tendência de aprimoramentos e consolidação. Os sistemas de iluminação conectada também ganham espaço e importância, representando uma opção real de aumento de economia de energia e gerenciamento completo nas diversas aplicações de iluminação.
Para os investimentos públicos, o ano de primeiro mandato de prefeitos costuma ser de menores investimentos. O ano de 2021 não foi diferente, entretanto, com os investimentos das PPPs, com obras e investimentos em eficiência energética, foi um ano sem muitas surpresas, mas com um volume interessante de oportunidades e com uma perspectiva de maiores investimentos em 2022 em função de um planejamento feito em 2021 e a necessidade de aplicação de recursos destinados à iluminação pública através da arrecadação da CIP/COSIP.
Do ponto de vista normativo, segue em 2022 a nova consulta nacional da revisão da ABNT NBR 5101: Iluminação pública – Procedimento, que se espera publicação ainda no primeiro semestre. A norma de iluminação de túneis também segue em revisão. Na CE:03:034:03 – Luminárias e acessórios, está em fase final a revisão da ABNT NBR 60598-1 Luminárias – parte 1 : requisitos gerais e ensaios, que também deve ser submetida a consulta pública no primeiro semestre de 2022. Também estão em revisão outras normas, como a ABNT NBR 15129: Luminárias para iluminação pública — Requisitos particulares, além de outras normas que necessitam ser atualizadas. Os desafios seguem altos, mas a perspectiva de 2022 para o segmento de iluminação é de retomadas e conquistas importantes, consolidando a importância deste setor.
Autor:
Por Luciano Haas Rosito, engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da Comissão de Estudos CE: 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/ Cobei. É professor das disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores do IPOG, e palestrante em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética. | [email protected]