A gestão de ativos representa uma mudança na forma da condução das empresas que adicionam uma nova abordagem sobre o valor dos ativos e o que eles podem gerar de resultados para a companhia.
Para as empresas que estão na busca constante por resultados e desempenho satisfatório, dentro dos melhores padrões mundiais, a gestão de ativos oferece uma nova abordagem de definição de estratégia operacional atrelada à estratégia corporativa. Neste novo contexto, observa-se a necessidade de integração de todas as áreas da empresa, trazendo a transversalidade e alinhamento do corporativo e do operacional. Este alinhamento resulta na conscientização de todos os funcionários na obtenção de valor através dos ativos da organização.
O Asset Management é uma disciplina industrial que foi criada para as empresas fazerem sua gestão de forma diferente. Empresas operam e mantém seus ativos ao logo de suas vidas e, como tal, gerenciam ativos utilizando diferentes abordagens. O gerenciamento de ativos pode ser realizado com ou sem uma estratégia organizacional definida. Uma organização ganha mais valor com a Gestão de Ativos dentro de um contexto de propósito e estratégia organizacional que orienta essa atividade (e se torna Gestão de Ativos).
A Gestão de Ativos, ajuda no desenvolvimento de uma abordagem estruturada para garantir aos stakeholders que a estratégia operacional está focada em gerar valor organizacional, e não se limitar ao gerenciamento de ativos, mas influenciar na estratégia do negócio.
Implementar a Gestão de Ativos de acordo com os termos e conceitos da ISO 55000, significa ter um padrão internacional para obter valor através do uso dos ativos de forma a ter um equilíbrio do desempenho, custos envolvidos e riscos associados. Ou seja, a tomada decisão da organização é mais eficiente quando alinham os riscos operacionais, técnicos e financeiros.
Neste contexto, procedimentos financeiros e contábeis da companhia devem estar alinhados com as ações de manutenção e operação, tendo a tomada de decisão baseada no risco. Alocar os recursos financeiros, avaliando o momento ótimo de renovação dos ativos, é fundamental quando se considera os riscos e os custos operacionais envolvidos ao longo da vida dos ativos.
A política de renovação de ativos não deve ser pautada apenas em aspectos físicos, mas quando:
- Há riscos de falhas do ativo;
- Uma falha possa comprometer o desempenho, confiabilidade e segurança de pessoas, sistemas e meio-ambiente;
- Custo operacional na vida útil remanescente é superior aos custos de renovação do ativo;
- Custos de manutenção superior aos custos de renovação do ativo;
- Queda na produção e valor de venda dos produtos;
- A substituição dos ativos melhora o desempenho e indicadores operacionais e financeiros.
Alinhar o sistema de gestão financeira e o sistema de gestão de ativos significa uma visibilidade clara das métricas – custo, risco e desempenho – e a expertise de uma organização já deve ter a capacidade de mantê-los em equilíbrio. Para atingir esse equilíbrio, é fundamental que os processos estejam alinhados.
Portanto, os objetivos do planejamento corporativo e o planejamento operacional não podem ser efetivamente alcançados sem vinculação com o planejamento financeiro e operacional. O alinhamento é uma condição preponderante que permite o acesso e a visibilidade à informação necessária aos especialistas operacionais e à gestão de topo de forma a fundamentar as suas decisões, a partir de uma posição de conhecimento para apoiar a tomada de decisão eficaz.
Autora:
Por Lílian Ferreira Queiroz, engenheira eletricista, formada pela Universidade Federal de Uberlândia, com MBA Executivo em Liderança e Gestão de Empresas Estatais, MBA em Liderança, Inovação e Gestão 3.0 e MBA Executivo – Setor Elétrico. Membro do Cigré e especialista em confiabilidade e gestão de ativos. Atualmente, é superintendente de Gestão da Manutenção na Eletrobras Eletronorte.