O novo dilema do operador
02/05/2024
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A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP 27) ocorreu de um jeito diferente para o Brasil. Se na edição anterior o País participou de forma mansa, sem muito propor e não assinando sequer a carta de compromisso para o fim dos carros à combustão, este ano tivemos dois grupos de representantes: o do presidente eleito e o da atual gestão.
Contudo, muitos ainda questionam se o País conseguirá aproveitar todas as oportunidades que poderão surgir para o setor automobilístico. Para Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa que apresenta soluções para a eletromobilidade, o avanço do setor pode ser uma surpresa para ambas as delegações.
“Quando observamos os resultados da COP 26, quando tratamos da mobilidade elétrica, lembramos da recente aprovação do Parlamento Europeu em relação ao fim dos carros movidos a combustíveis fósseis. Esse foi um grande passo para o mundo, que teve como semente o evento das Nações Unidas de 2021”, afirma o executivo.
Dentre os destaques do evento deste ano, tivemos o plano de compensação para os países em desenvolvimento, apresentado pelos Estados Unidos. O enviado climático do país, John Kerry, anunciou uma iniciativa global de créditos de carbono para países que realizarem a transição para formas mistas de energia. Ao mesmo tempo, ambientalistas se preocupam com o aumento de promotores de energias fósseis na edição deste ano. Segundo organizações que estiveram presentes no evento, houve um aumento de 25% na presença de lobistas do setor.
“Após o avanço significativo para o setor da mobilidade elétrica visto nas últimas edições, os olhos do segmento automotivo se voltam para a COP 27. Porém, ainda assim, os avanços que tivemos nas últimas edições ainda mostram que a conversão de automóveis movidos à combustão para os elétricos é algo irreversível”, destaca o especialista.
Outro tema de grande destaque no evento foi a transição energética, uma vez que a energia limpa é algo que muitos países ainda precisam buscar. Enquanto isso, no cenário brasileiro, fontes limpas e renováveis somam 80% da energia elétrica produzida, por meio de hidrelétricas, energia eólica e energia solar. “Isso está ligado diretamente com o setor da mobilidade elétrica, principalmente quando consideramos a redução total de poluentes, seja na energia que carrega os automóveis, seja no processo de produção dos veículos”, conclui Ricardo David.
