Eficiência energética: o Protocolo de Medição e Verificação (PIMVP) e as linhas de bases

Na edição de julho de 2016¹, abordávamos, neste espaço, os necessários cuidados para a elaboração de um projeto de eficiência energética com bases sólidas no PIMVP.  As linhas de base de um projeto são as premissas iniciais que devem ser consideradas quando se começa um projeto de eficiência energética (EE). Não há como provar a economia e os ganhos obtidos sem que as correlações sejam estabelecidas inicialmente. Mas que correlações seriam essas? 

As correlações são normalmente tomadas considerando o vínculo do consumo de energia em relação às variáveis independentes. Se a opção de medição for a do “tipo B” do PIMVP, mais completa, em que se medem todos os parâmetros (de energia e produção) dentro de uma fronteira de medição, a linha de base deve considerar a relação detalhada entre a variável de produção. Exemplos disso são a energia térmica gerada, o volume bombeado de ar ou água ou a produção (em toneladas de produto acabado) e a energia gasta para essa produção na mesma base de tempo para a realização da atividade. Em outras palavras, é necessário correlacionar a energia consumida e a produção, pois deseja-se conhecer a relação da energia agregada aos diferentes modos de produção, já que normalmente a produção não é constante e esta função de variação deve ser bem conhecida (e correlacionada).

Aspecto bem diferente de uma lâmpada Led aplicada em iluminação pública com potência constante sem dimerização em que a energia é simplesmente consumida ou não.

O exemplo que se segue apresenta o levantamento da linha de base de um sistema de resfriamento de água gelada e a energia elétrica relativa, representando diversos patamares de kWtérmico/kWelétrico, ou a energia térmica produzida pela elétrica consumida.

A imagem apresenta o registro de linha de base de um sistema de produção de água gelada com a medição da energia térmica produzida e a energia elétrica utilizada para a produção em período de quatro meses na mesma base horária. Na sequência, os registros foram agregados e correlacionados. O que se nota da linha de base da figura é uma alta correlação com o elevado coeficiente de determinação (R2), próximo de 1, conferindo boa confiabilidade ao processo de M&V. As ações de eficiência energética a serem implantadas no sistema estudado terão por objetivo mudar as características da linha de base a patamares mais favoráveis com menor consumo de energia para as mesmas bases de produção. Este é um assunto para a próxima coluna. Abraço ao professor Agenor, grande mestre de protocolos de M&V. Até a próxima!

¹ Artigo “O que os protocolos de M&V tem a nos ensinar”. Disponível em: https://www.osetoreletrico.com.br/o-que-os-protocolos-de-mv-tem-a-nos-ensinar/

Autor:

Por José Starosta, diretor da Ação Engenharia e Instalações e presidente da Sociedade Brasileira de Qualidade da Energia Elétrica (SBQEE) [email protected]

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