Com público recorde, CINASE Rio de Janeiro movimenta a cadeia produtiva do setor elétrico

Considerado o ponto de encontro do da engenharia elétrica no Brasil, o CINASE – Circuito Nacional do Setor Elétrico – reuniu, entre os dias 10 e 11 de maio de 2022, no Rio de Janeiro, dezenas de especialistas do setor, cujos temas debatidos foram acompanhados por aproximadamente 1.500 participantes do evento como um todo. 

Assuntos de interesse geral da categoria e que estão no cerne das discussões nacionais, seja no âmbito industrial ou governamental, foram abordados em mais de dez painéis conduzidos por profissionais renomados, bem como nas várias palestras apresentadas. Além do congresso técnico, a exposição contou com a participação de pelo menos 30 empresas de marcas patrocinadoras do CINASE. 

Na avaliação do engenheiro eletricista e coordenador técnico do CINASE, Danilo de Souza, o evento proporcionou uma experiência enriquecedora para todos os envolvidos, além de contribuir para o fortalecimento do setor elétrico no país. “Foram palestras, workshops, painéis e exposições de muita qualidade, onde os especialistas puderam disseminar conhecimentos, trazer tendências inovadoras, além de fomentar conexões significativas entre os profissionais presentes. Estou orgulhoso do resultado alcançado”, ressaltou. 

Entre os temas de destaque, estiveram “impactos da Geração Distribuída na distribuição de energia elétrica”, “Planejamento Energético Brasileiro”, “as novas oportunidades no mercado livre de energia”, “os desafios para a redução das perdas não técnicas”, “impactos das fontes renováveis de energia na qualidade da energia elétrica”, dentre outros. 

Em sua participação no painel sobre os Impactos da GD na distribuição de energia elétrica, o professor e coordenador do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico), Nivalde de Castro, abordou o conceito da transição energética como um fenômeno revolucionário, do mesmo modo que ocorreu com o carvão, o petróleo, o gás. “É um conceito que você pode olhar ao longo da história. Tivemos a máquina a vapor, depois o petróleo como um grande recurso. Em meados dos anos 70, quando veio a crise do petróleo, surge o gás na cadeia produtiva. O que se observa é que, gradativamente, ao longo da história, há uma necessidade de um recurso energético imprescindível”, pontuou. 

De Castro ressaltou ainda que, em 2021, quase 80% dos recursos energéticos eram de não renováveis, embora considere o Brasil como um ponto fora da curva. Segundo o especialista palestrante do CINASE, o Brasil está hoje, em 2023, no patamar onde o mundo quer chegar no ano de 2050. “Isso é um potencial de competitividade ímpar. Não é à toa que os grandes grupos mundiais estão aqui presentes no CINASE. Nós somos um país de dimensão continental, tropical, com uma população ávida de emprego, onde sobra água, vento, sol e terra, que são a base dessa transição energética que o mundo está em processo acelerado para fazer e nós já saímos na frente”, destacou de Castro. 

Ainda no painel sobre os impactos da geração distribuída na geração de energia elétrica, Nivalde ressaltou a seriedade do setor elétrico brasileiro e a necessidade de o Brasil seguir a tendência mundial no sentido de diminuir os insumos dos recursos energéticos não renováveis. “É um esforço que o mundo fez de 2020 a 2021 para aumentar a participação da geração elétrica de fonte renovável, eólica e solar, basicamente. Nós, enquanto Setor Elétrico, vamos ter um papel muito importante no desenvolvimento social e econômico do país”, enfatizou. 

Horizonte 2032 

Outro tema de destaque foi o de “Planejamento Energético Brasileiro: horizonte 2032”, conduzido pelo engenheiro eletricista, Glaysson de Mello Muller, analista na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), na área de demanda de energia e planejamento de longo prazo. 

Segundo Muller, o principal foco no momento é o estudo de médio e longo prazo, para dez, 20 e 30 anos. “Hoje já estamos desenvolvendo um horizonte de estudo para 2033. Estudamos com diversas variáveis sobre qual será o comportamento da geração expandida, com segurança, para o Brasil nos próximos anos. Avaliamos o preço de cada uma dessas fontes, estudamos modelo de otimização para construirmos um parque gerador seguro com um conjunto de fontes. Não pode ser apenas a solar, que é a mais barata. Só tem sol até as 17 horas”, explicou. 

A EPE é uma empresa pública federal, ligada ao Ministério de Minas e Energia, cujo principal objetivo é desenvolver estudos, estatísticas energéticas, não somente de eletricidade, com o intuito de subsidiar estudos para a política energética nacional. 

De acordo com o analista, dessa nova expansão – de um conjunto de fontes – mais de 50% são de renováveis. “Trata-se de uma expansão forte, limpa e segura para os próximos anos. Chegaremos em 2031 com 262 gigas e um parque muito forte, para o tamanho do Brasil. Teremos aumento do custo de investimento e construção de usinas”, informou. 

Missão cumprida 

Para o Diretor do Grupo Setor Elétrico, Adolfo Vaiser, a participação de quase 1.500 pessoas no evento, em um estado tão estratégico para a cadeia produtiva do setor elétrico, como o Rio de Janeiro, demonstra a relevância e consolidação do CINASE, como principal ponto de encontro dos grandes players do setor. 

“Pela quinta vez, levamos ao Rio de Janeiro um CINASE totalmente reformulado, envolvendo toda a comunidade técnica e de mercado do estado. Com 14 palestrantes, o encontro contou com a participação de grandes nomes dos mercados de renováveis, solar fotovoltaica, eólica onshore e offshore, além disso, falamos de ESG e demos voz ao Mercado Livre de Energia e visibilidade às ações do Governo do Estado, voltadas ao segmento elétrico. Com isso, nós conseguimos, não só elevar ainda mais o nível técnico do Congresso, como também alcançar resultados para os patrocinadores e congressistas, levando debates e informações que podem influenciar na tomada de decisão dos principais atores do nosso segmento”, avalia Adolfo.

O formato regional itinerante do CINASE, segundo a Diretora Executiva do Grupo, Simone Vaiser, é um dos grandes diferenciais do evento, por propiciar um ambiente de ampla participação de toda a indústria do setor elétrico, das cinco regiões do país.

“Diferente dos eventos tradicionais, o trabalho regional que fazemos é diferenciado. O CINASE Rio foi a primeira grande edição do ano e já superou as nossas expectativas, não só em termos numéricos, mas principalmente pela qualidade dos conteúdos e debates, além da qualificação dos participantes. Sempre com palestrantes renomados, o CINASE é estratégico para a grande indústria do setor elétrico, proporcionando um ambiente fértil para negócios e network”, acrescenta Simone.

Oportunidade de discussões relevantes

Para o engenheiro eletricista, membro do Cigré Brasil (cabos isolados) e especialista do CINASE, Daniel Bento, o Circuito Nacional do Setor Elétrico é uma grande oportunidade de discussão para os temas de relevância do setor no Brasil. “É um dos poucos espaços onde conseguimos dar luz à importância das redes isoladas com uma qualidade técnica altíssima de conteúdos e palestrantes. Foi gratificante fazer parte dessas discussões, reforçando meu compromisso de sempre disseminar conhecimento sobre as redes subterrâneas de energia no Brasil e no mundo”, destacou. 

Estreante no CINASE, o engenheiro eletricista e gerente de planejamento e inteligência de mercado na Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Lindemberg Reis, contribuiu com o debate sobre os impactos da GD na distribuição da energia elétrica e considerou o congresso de alto nível. “Foi minha primeira experiência no CINASE e achei os debates muito ricos, com palestras de bom nível e a pegada técnica interessante. Foi excelente também a oportunidade de debater junto com o professor Nivalde de Castro e Guilherme Chrispim, com moderação realizada pelo José Starosta. Valeu a pena. Espero poder estar presente nas próximas edições”, elogiou. 

Contribuições acadêmicas 

Presente no encontro, juntamente com alguns dos alunos dos cursos de engenharia da UERJ, o professor Carlos Aparecido destacou a contribuição dos debates e palestras para a comunidade acadêmica. “Foi um evento de altíssimo nível. Houve um engajamento muito grande do departamento de engenharia da UERJ. Nossos alunos participaram e nos repassaram ótimos feedbacks sobre oportunidades profissionais e direcionamento acadêmico. Destaque para a palestra sobre Proteção e Seletividade, que ocorreu no final da manhã do primeiro dia, onde os especialistas trataram das oportunidades do mercado livre de energia, associadas à geração distribuída, com abertura de mercado e autoprodução. Parabéns a todos os envolvidos no evento”. 

Com debates qualificados, coordenados por grandes nomes do setor elétrico, o CINASE-RJ, na avaliação do diretor executivo do SINDISTAL, Oldemar Boechat, levou contribuições significativas para o desenvolvimento e expansão do segmento no estado e no país. “Foi um evento muito profícuo, importante para a retomada do desenvolvimento do setor, e principalmente, para a valorização dos profissionais do nosso mercado, em especial, aos do Rio de Janeiro, que estão sempre engajados na expansão de toda a cadeia produtiva nacional”, ressaltou o dirigente, que aproveitou a oportunidade para reafirmar a parceria entre o SINDISTAL o CINASE.

Premiação e reconhecimento 

Tradicionalmente, na noite anterior ao CINASE, é realizada a cerimônia do Prêmio O Setor Elétrico, que tem como objetivo reconhecer e dar visibilidade a projetos e iniciativas que apresentem soluções inovadoras para o setor elétrico brasileiro. Os vencedores das cinco categorias do Prêmio desta edição, foram:

Inovação Tecnológica – SmartAssets – Sistema de inteligência artificial unificado para gestão do parque de iluminação pública. Proponente e Responsável: FU2RE Smart Solutions – André Sih.

Instalações Elétricas Industriais e Comerciais – Instalações elétricas da Marina da Glória. Proponente e Responsável: RD3 Engenharia –  Pedro Antônio Ferreira da Silva.

Projeto Luminotécnico – Hotel Boutique Casa Mirador Búzios. Proponente e Responsável: NTZ Iluminação – Ugo Nitzsche.

Pesquisa & Desenvolvimento –  Desenvolvimento de Protótipo em Média Tensão do Limitador de Corrente de Curto-circuito para Sistemas de Distribuição. Proponente e Responsável: Universidade Federal Fluminense (UFF) – Guilherme Gonçalves Sotelo.

Energias Renováveis – Otimização da operação de recursos energéticos distribuídos com para arbitragem de preços de energia e a redução de custos de distribuição. Proponente e Responsável: PUC RJ – Delberis Araújo Lima.

Homenagens 

Na ocasião, também foram homenageadas lideranças e personalidades que são referências regionais do segmento elétrico, são eles:

Clayton Vabo – Possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Veiga de Almeida (1992), especialização em Instalações Elétricas Industriais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995), especialização em Proteção de Sistemas de Distribuição pela Eletrobras (1982) e curso técnico profissionalizante em Eletrotécnica pela Escola Técnica Estadual Henrique Lage (1977). Atualmente é Engenheiro de campo Sr. da Light Serviços de Eletricidade S/A.

Luiz Sebastião Costa – Magistério para o ensino médio e superior nas áreas de Física e de Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Orientação de projetos de graduação e de iniciação científica. Gerenciamento e execução de estudos de planejamento de expansão de infraestrutura de abastecimento de derivados de petróleo, estudos de previsão de mercado de petróleo e seus derivados. Testes e medições de campo em subestações e linhas de transmissão referentes, entre outros, a sinais de rádio e TV, resistividade do solo e campos elétricos. Direção de entidades de classe. Atualmente é responsável pela atualização do tradicional livro de instalações elétricas do setor, editado pelo Prof. Hélio Creder.

Luiz Pinguelli Rosa (homenagem póstuma) – Graduado em Física pela UFRJ, mestre em Engenharia Nuclear pela Coppe/UFRJ e doutor em Física pela PUC-Rio, Pinguelli foi diretor da Coppe por quatro mandatos e presidente da Eletrobras, entre 2003 e 2004. O docente também era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Orientador de dezenas de dissertações de mestrado e teses de doutorado, o professor recebeu diversos prêmios, entre eles o de personalidade do ano de 2014, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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