Barramentos blindados: por que algumas concessionárias dizem não?

Em algumas regiões do Brasil, o uso de barramentos blindados vem sendo limitado pelas concessionárias. Mas qual é a verdadeira razão para essa restrição? De fato, ao longo da história, muitas tecnologias novas enfrentam barreiras para sua aplicação, no entanto, devido às suas vantagens técnicas e econômicas, no final das contas, acabam transpondo essas proibições.

Assim como um dia os cubículos blindados sofreram imensa resistência por parte das distribuidoras, e com o passar do tempo, uma a uma, foram cedendo às suas vantagens, o mesmo pode acontecer com
os barramentos blindados. No caso das “cabines primárias blindadas”, ela possui inúmeras vantagens, quando comparadas às construídas em alvenaria, mas somente quando a segurança operacional falou
mais alto, foi que as cabines de alvenaria perderam força e as blindadas tiveram suas vantagens mais evidenciadas.

Explico melhor: por décadas, as cabines primárias eram construídas em casas de alvenaria (e ainda o são), com seus barramentos, disjuntores, seccionadoras, TC ́s e TPs instalados sobre suportes metálicos, tudo isso cercado por telas metálicas, mas que os operadores tinham que se expor ao risco para operá-los, assim como os leituristas para aferir a medição do consumo e os profissionais de manutenção.

Porém, foram as fraudes minimizadas com o uso dos cubículos blindados que trouxeram à luz essa solução, tanto pela impossibilidade de fazer-se fraudes em cubículos blindados, como pela segurança de se operar um equipamento, cuja performance é conhecida e reconhecida, através de ensaios de tipo, em especial, o ensaio de arco interno, devido à falha interna, que consagraram as blindadas, que hoje, já representam mais da metade das novas ligações em média tensão.

Para os barramentos blindados, além da drástica redução dos espaços ocupados pelos sistemas de medição, que na tecnologia tradicional, com distribuição por cabos, utiliza enormes salas para acomodar uma infinidade de medidores, shafts com ou sem número de cabos, cujo manejo é muito complexo, tanto na instalação, manutenção e retrofit, a aplicação dos barramentos blindados viabiliza a entrega de energia com qualidade e dentro dos padrões normativos de queda de tensão e de segurança elétrica, em edifícios mais altos.

Mas não é só isso! Os barramentos blindados oferecem a possibilidade do sistema de medição eletrônica centralizada, ou seja, os medidores ficam instalados nos andares, próximos das unidades consumidoras, reduzindo a perda técnica para o consumidor por queda de tensão, mas trazendo ao conhecimento público as perdas técnicas pelo lado da distribuidora, que pela legislação, já cobra na sua fatura mensal uma parcela relativa à essa perda por queda de tensão.

Esse mesmo sistema de medição eletrônica, elimina a figura do leiturista, que não mais se expõe ao risco diário de postar-se diante de um sistema elétrico energizado, sabe-se lá em que condições de manutenção. Neste modelo, a leitura de todos os medidores eletrônicos é feita através de redes de dados que se conectam às centrais de controle das concessionárias ou distribuidoras de energia, sem a intervenção humana. Tudo isso automaticamente, eletronicamente, por um sistema auditável e completamente seguro.

De fato, a maior qualidade dos barramentos blindados, e que os torna insubstituíveis em relação aos cabos, é a capacidade de se entregar energia em edifícios residenciais e comerciais, acima de 30 metros de altura. Com cabos, um sistema desse chega a ser, no mínimo, 30% mais caro, quando comparados com barramentos blindados de alumínio. Isso mesmo!!! O barramento blindado é 30% mais barato e ainda tem vantagens técnicas (queda de tensão e redução drástica de espaço) e operacionais (inviabilização de fraudes e segurança de operação e manutenção).

Mas então por que algumas distribuidoras e concessionárias ainda não permitem sua aplicação? Grandes cidades estão sendo privadas dessa tecnologia, o que em muitos casos, inviabiliza empreendimentos, levando esses investimentos para cidades próximas, onde se possa aplicar o que existe de mais moderno, mais barato e mais seguro, sem a restrição da distribuidora.

Se você, investidor, projetista ou instalador, está enfrentando essa situação em algum lugar do Brasil, junte-se a nós nessa luta pelo fim da proibição do uso de barramentos blindados na medição de
energia em edifícios comerciais e residenciais.


Sobre o autor:

Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros elétricos. | [email protected]

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