Pelo que parece, os frutos estão tão podres que cairão ao primeiro balançar das árvores neste final de outono. As frutas vermelhas já caíram e agora aquelas que pareciam verdes aparentam estar podres por dentro e começam a cair mesmo sem amadurecer. A velha máxima da laranja podre que contamina as outras ao redor parece aplicável e, neste ambiente, observa-se que todas querem salvar as suas peles, “ops”, cascas.
A natureza conspira para a limpeza geral dos terreiros com forte motivação a um novo mecanismo de desenvolvimento limpo. Paradoxalmente, a fábrica de fungicidas e herbicidas de Curitiba está em produção máxima com mão de obra qualificada e motivada. E olha que tem gente querendo fechá-la. Haja veneno para tantas pragas. As frutas que se combinavam por décadas, agora, causam indigestão e a ingestão desavisada das mesmas pode causar sérios transtornos, como cegueira, vômitos e diarreia. Nestes dias frios e nublados, os poucos pomares sadios aguardam os acontecimentos e a decisão para qual Norte jogarão seus galhos para poder frutificar. Nem todos sobreviverão, pois ervas daninhas se espalham facilmente. Sobrará algum campo arável e fértil?
Aqueles que por toda vida investiram nesta grande fazenda observam atônitos os resultados: o que estaria errado? Será, que durante a geração dos frutos, teriam sido vítimas de modificações genéticas, transgênicos, talvez? Ou teriam sido plantadas por jardineiros que não saberiam exercer suas funções adequadamente? Independentemente do que for, a hora é de renovação dos sítios, enterrando estes frutos podres, evitando ainda suas descendências congêneres, fundamentalmente germinar novas sementes adequadas para as novas gerações. Agora é hora de usarmos os limões ácidos que sobrarão e deles fazer a nossa limonada para dar o folego necessário, e claro a caipirinha para celebrar a nossa vida, contribuindo com o replantio depois da queimada que ocorrerá.