Uso de Drones (RPA) nas Inspeções de SPDA

Nos últimos anos, os drones vêm invadindo o mercado de trabalho em diversos setores por representarem mais praticidade e segurança na execução de serviços, principalmente, pela agilidade de acessar lugares altos ou de difícil acesso, podendo ser utilizado para diversas aplicações. Atualmente, já é muito utilizado para levantamentos topográficos, termografias, espaços confinados, agronomia e outras aplicações. Neste artigo, focaremos em inspeções de Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA).

Antes de iniciarmos, vale a  pena  gastar algumas linhas com um pouco de conceito em relação aos drones. O termo drone (originado do inglês, Zangão) é o mais utilizado no Brasil nas referências de aeronaves não tripuladas de asas rotativas. Apesar de esta nomenclatura ser aceita, o termo técnico adotado pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) é Remotely Piloted Aircraft (RPA), que significa aeronave não tripulada pilotada de uma estação de pilotagem remota.

Existem três órgãos brasileiros que regulamentam a operação de RPA. São eles: a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que trata da utilização no Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial; a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que regulamenta e controla a homologação dos equipamentos e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), que gerencia a inclusão no espaço aéreo brasileiro.

Para  garantir  uma  operação  segura  é fundamental que o operador (piloto) tenha pleno conhecimento e aplique fielmente as normas vigentes, pois, além de serem obrigatórias, tais normas visam, principalmente, garantir a segurança de pessoas, envolvidas ou não na operação. Também é muito importante que conheça  o equipamento que está utilizando e suas limitações, como por exemplo, a velocidade do vento suportada.

Atualmente, encontramos RPA de inúmeros tipos, tamanhos e aplicações.  Os mais utilizados  para  inspeções  são  os multirrotores, com peso máximo de decolagem de 25kg, classificados pela Anac como Classe 3.

Os multirrotores se destacam neste mercado, pois são equipamentos que podem permanecer de forma estática no ar com precisão de centímetros. Muitos modelos encontrados no mercado vêm equipados com câmeras de alta resolução, permitindo que o operador e outra pessoa no solo possam ver em tempo real a imagem da câmera, e assim buscar o melhor ângulo ou algum detalhe importante para o trabalho. Estas imagens são registradas na aeronave, tanto em foto quanto em vídeo, e, posteriormente, podem ser analisadas durante a elaboração do relatório.

É importante ressaltar que tanto as inspeções em SPDA quanto a utilização de drones não devem ser feitas em condições climáticas adversas.

Voos realizados para inspeção de SPDA não apresentam grandes riscos para aeronaves tripuladas, pois, geralmente, ocorrem próximos a estruturas já existentes em um volume conhecido na aeronáutica como princípio da sombra, onde estas aeronaves não costumam trafegar. Uma atenção deve ser dada a edificações próximas a helipontos, ou pistas de pouso e decolagem, pois, neste caso, é necessária uma autorização especial para a operação.

Para o tipo de utilização que estamos discutindo, é exigido pela legislação o seguinte:

  • Equipamento homologado pela Anatel;
  • Cadastro no Sisant da Anac e o número do cadastro fixado na aeronave;
  • Autorização de operação no Sarpas do Decea;
  • Apólice de seguro Reta contra danos a terceiros;
  • Manual de voo;
  • Relatório de avaliação de risco operacional (seguindo modelo da E94-003);
  • Anuência das pessoas que serão

Na maioria dos voos, o operador pode manter contato visual com o drone o tempo todo, porém caso não possa visualizar em algum momento específico, é permitida a utilização de um observador em um local estratégico, desde que se utilize um canal de comunicação confiável.

Durante a inspeção, se destacam dois modelos principais de trabalho:

  1. O próprio responsável técnico pode ser o operador; sendo assim, ele controla o drone de forma a verificar todos os componentes que desejar;
  2. O responsável técnico pode contratar um operador e acompanhar a captação de imagens em tempo real enquanto orienta quais pontos deseja maior detalhamento.

É importante realizar uma análise das características do local antes de qualquer voo. Dessa forma, verifica-se a presença de obstáculos, condições climáticas, distância de helipontos ou aeroportos.

Uma dica interessante para as inspeções é realizar no período matinal, porque neste horário, a luminosidade e angulação do  Sol tendem a garantir melhores imagens, possibilitando observar com maior clareza os detalhes das instalações.

Vale ressaltar que ainda não temos no mercado equipamentos que possam remover a necessidade dos trabalhos em altura.  Em alguns casos, ainda se faz necessária a intervenção humana, como por exemplo: medição de continuidade, onde é necessário conectar uma das pontas do instrumento de medição no topo da estrutura ou medir a seção transversal de um condutor da captação.

Este não seria um artigo sobre SPDA sem referência à ABNT NBR 5419:2015. Em seu caderno 3, seção 7, a norma trata de manutenção, inspeção e documentação de um SPDA.

Ela ressalta que o objetivo das inspeções é assegurar que o SPDA esteja de acordo com o projeto baseado na norma; que todos os seus componentes estejam em boas condições e capazes de cumprir suas funções; que não apresentem corrosão e atendam às suas respectivas normas, além de outros fatores.

No item 7.3.2, a norma diz que é particularmente importante verificar a deterioração e corrosão dos captores, condutores de descida e conexões, condição das equipotencializações, entre outros.

São nestes aspectos que o uso do drone se destaca, pois muitos componentes do SPDA estão instalados em locais altos e de difícil acesso. Ao sobrevoar uma edificação, é possível realizar um mapeamento detalhado de toda a parte externa em pouco tempo. podendo-se verificar o subsistema de captação, subsistema de descida externo e equipotencializações com muita agilidade.

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