Sustentabilidade nas feiras, congressos e eventos

Edição 116 – Setembro de 2015
Por Michel Epelbaum

Os fatos se desenrolam na arena da sustentabilidade: o combate à corrupção se amplia e os riscos de impeachment (e, paradoxalmente, “pizza”) também. A crise da água vive e avança longe dos holofotes: em agosto, ela foi decretada oficialmente no Estado de São Paulo, as medidas de racionamento (disfarçadas ou não) são mantidas… por um longo tempo. A crise de energia vai sendo driblada pela recessão da economia. As mudanças climáticas avançam: o primeiro semestre (e o mês de junho) de 2015 foram os mais quentes já medidos; as emissões dos setores de energia e da agropecuária no Brasil continuam aumentando (O Estado de SP, 12/08/15).

A seguir, estão algumas percepções pessimistas, coletadas em algumas feiras, congressos e eventos recentes das áreas de saneamento, segurança do trabalho, “greenbuilding”, RH, energia e meio ambiente:

Crise da água – sinalizou economia parada e dificuldade em fechar negócios de grandes fabricantes de equipamentos de reuso de água. Há exposição de tecnologias para prevenção de perdas nas linhas, mas até que ponto estão sendo implantadas?;

Crise de energia – apesar da clara necessidade e viabilidade da eficiência energética, há dificuldade em vender projetos de melhoria no tema;

“greenbuilding” – apesar de o Brasil manter o quarto lugar no ranking de certificações LEED, parece que novos projetos foram cortados com a recessão econômica;

– Redução do aquecimento global – menos de 60 dos 196 países membros da Convenção do Clima da ONU apresentaram suas metas de redução de GEE até o final de agosto, e são ainda insuficientes para atingir o limite de 2 oC de aumento de temperatura do planeta, considerado pelos cientistas para evitar desastres climáticos.

Também percebemos alguns avanços:

– “Greenbuilding” – inovações em andamento do LEED, Procel Edificações e AQUA. Outra boa notícia (se efetivamente aplicada) é o compromisso legal dos edifícios públicos da Administração Pública Federal de adotar boas práticas de gestão e uso de energia elétrica e água, através da Portaria MPOG 23 de 12/02/15, levando em consideração o Guia para Eficiência Energética nas Edificações Públicas pelo MME/CEPEL/PUC-RJ/UFSC e o Manual Prático para uso e Conservação da Água em Prédios Públicos, lançados no primeiro trimestre de 2015.

– Redução do aquecimento global – o Brasil foi o primeiro país emergente a assumir o compromisso de zerar as emissões de GEE até 2100 (apesar de estar bem distante). Vale comentar ainda o resultado expressivo do leilão de energia solar feito pela Aneel em agosto, e o interesse de fabricantes e empreendedores estrangeiros neste mercado.

Além disto, foi lançada a Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas, iniciativa do Instituto Ethos/Fórum Clima e assinada pelos CEOs de diversas empresas (sendo algumas do setor de energia), propondo medidas como:

  • Compromissos voluntários adotados pelas empresas signatárias:
    • Definir metas de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumento da eficiência energética, e implementar ações para cumpri-las;
    • Considerar no processo decisório de investimentos a precificação do carbono e opções de redução de GEE nos processos, produtos e serviços;
    • Atuar na cadeia de valor para redução de GEE de fornecedores e clientes;
  •  Iniciativas para o governo brasileiro:
    • Defender em nível internacional a inclusão de limite de GEE em longo prazo;
    • Meta de 50% de participação das fontes renováveis na matriz energética brasileira até 2030, com medidas como:
      • impor limites de GEE compatíveis nos leilões de energia/MWh médio contratado;
      • Estabelecer metas ousadas e instrumentos de implementação para o crescimento das fontes de energia solar, eólica, de biomassa e hídrica, bem como a microgeração de fontes renováveis;
      • Estabelecer políticas públicas que incentivem a cogeração, autogeração e eficiência energética, e eliminem subsídios às fontes fósseis;
      • Implantar a meta de aumento de 11% ao ano do consumo de etanol no Brasil.
    • Assegurar acesso ao capital para promoção de economia de baixo carbono.

Vamos acompanhar com boas expectativas estes movimentos importantes para o setor elétrico!

PS: Vale divulgar a publicação da revisão 2015 da ISO 14001 sobre Sistema de Gestão Ambiental (agora mais “leve” e de maior comprometimento), em setembro, com prazo máximo de três anos para adaptação.

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