Quadros e meio ambiente. É possível atender a todos os interesses?

Na semana entre 18-25 de  janeiro de 2020, ocorreu, em Davos, na Suíça, o Fórum Econômico Mundial, idealizado por Klaus Martin Schwab, engenheiro e conomista alemão, que desde 1971 reúne os principais líderes empresariais e políticos, assim como intelectuais e jornalistas selecionados para discutir as questões mais urgentes enfrentadas mundialmente, incluindo saúde e meio ambiente.

Nesta edição de 2020, muitos assuntos   foram   discutidos,    como era de se esperar, mas em especial, meio ambiente, sustentabilidade e aquecimento global foram protagonistas. Daí, o leitor deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com a construção, operação e manutenção de quadros elétricos? Bom, acho que tudo.

Desde o final do século XIX, a eletricidade tem ganhado  muita  importância,   até  se  tornar  absolutamente   indispensável à vida e ao conforto modernos, em especial, desde a terceira revolução industrial, com a eletrônica, e agora, sobretudo, com a quarta revolução, onde a convergência digital  é  um  caminho sem volta.

É então necessário analisar a quantidade   de   materiais   utilizados para se  construir  todo   esse   exército de  máquinas  e  aparelhos  que  facilitam a nossa vida, o impacto ambiental da produção, uso e, principalmente, o descarte ao final da vida  útil  de  tudo isso. Bom, é aí que a coisa complica e muito.

Analisando a construção de quadros elétricos de baixa e alta tensão, temos muito a refletir. Muitos processos industriais dessa construção são geradores de resíduos e efluentes bastante danosos, seja ao meio ambiente, seja à qualidade de vida e saúde ocupacional dos colaboradores que trabalham nestes processos.

Para que a chapa de aço das estruturas seja resistente à corrosão, muitos processos solda, de tratamento químico, além de complexos métodos de pintura são utilizados, o que produz efluentes sólidos, líquidos, particulados e gasosos que são, no melhor  dos casos, tratados e destinados  para  reuso ou descarte, mas em sua grande maioria, são descartados no meio ambiente  sem  a  menor   cerimônia. Em contrapartida, muitas indústrias nacionais e estrangeiras, já alinhadas com o conceito de sustentabilidade ambiental de  seus processos, eliminaram esses métodos construtivos e investiram na produção baseada em materiais e métodos isentos de solda, banhos químicos e pintura em suas unidades fabris, inovando e investindo em novas tecnologias e processos alinhados com a quarta revolução industrial.

Esses são alguns exemplos de processos químicos ou eletroquímicos utilizados na fabricação de quadros elétricos,    que    devem    dar    espaço a novas tecnologias e métodos construtivos inovadores e alinhados com a consciência ambiental, cabendo somente aos usuários e especificadores fazer valer em suas especificações técnicas a não utilização destes processos em seus equipamentos.

É necessário também analisar o descarte de partes e peças após  o  final do ciclo de vida útil. Tantas partes podem ser recicladas, pois têm valor comercial como aço e cobre, mas muitos outros precisam ter a correta destinação, como disjuntores, chaves, instrumentos etc., por conterem tantas outras substâncias em sua  composição,  e  simplesmente, são descartados no lixo  que,  ao  final,  vão parar em aterros sanitários.

Finalmente, é necessário sim analisar os métodos construtivos no momento da escolha do equipamento a ser adquirido hoje, mas também eu gostaria de lançar aqui essa discussão sobre a destinação daquilo que, à primeira vista, não tem valor comercial, o lixo elétrico e o resíduo da indústria elétrica. O que e como fazer?

Boa leitura!

 


*Nunziante Graziano é engenheiro eletricista, mestre em energia, redes e equipamentos pelo Instituto de Energia e Ambienteda Universidade de São Paulo (IEE/USP); Doutor em Business Administration pela Florida Christian University; membro da ABNT/ CB-003/CE 003 121 002 – Conjuntos de Manobra e Comando de Baixa Tensão e diretor da Gimi Pogliano Blindosbarra Barramentos Blindados e da GIMI Quadros Elétricos | [email protected]

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