Solução “turnkey” atenderá à demanda da TAESA para interligações na Subestação Assis
Referência na transição energética e transformação digital, a Prysmian desenvolve o primeiro cabo isolado de 500 kV do país, o que representa um marco significativo na história do setor de energia brasileiro.
Para efeito de comparação, o cabo isolado de maior tensão instalado no Brasil até o momento opera com uma tensão de 345 KV como no projeto da LT SE Bandeirantes até SE Piratininga II na cidade de São Paulo, da companhia ISA Energia e, tal como agora, esse também foi um projeto desenvolvido com pioneirismo pela Prysmian.
O cabo, projetado pela equipe de engenharia da Prysmian no Brasil, será fabricado na China. Esse cabo é uma peça central do sistema de alta tensão que está sendo desenvolvido para atender à TAESA, empresa que, em 2023, foi autorizada a fazer a instalação do 2º banco de autotransformadores 500/440 kV (3×500) MVA através da RESOLUÇÃO AUTORIZATIVA Nº 15.419 DE 30/07/2024.
A opção pela solução em cabos isolados se justifica por vantagens para a expansão futura da SE, confiabilidade e, principalmente, por viabilizar o projeto, resolvendo problemas de extensão de barramento, conexão ao trafo reserva, eliminação de necessidade de aquisição de terreno e supressão vegetal.
A opção pelo modelo enterrado se justifica por vantagens essenciais para a confiabilidade e segurança do sistema elétrico, tais como: proteger o cabo contra intempéries, acidentes e vandalismo; reduzir o risco de interrupções e garantir um sistema elétrico mais robusto e preparado para as demandas futuras.
Desafios inerentes a um projeto pioneiro
Mesmo na Europa e nos Estados Unidos, o uso de cabos de tensão superior a 345 kV ainda é considerado desafiador. Por melhor que seja a infraestrutura e a solidez de mercado dos países mais desenvolvidos, superar o patamar dos 500 kV ainda é um território pouco explorado, pois envolve superar desafios complexos em termos de design, segurança, instalação e manutenção.
Projetos de 500 kV ou superiores exigem expertise, tecnologia de ponta e um planejamento técnico robusto. Os desafios a serem superados são significativos e envolvem lidar com interferências, restrições de espaço, além de eliminar qualquer impacto visual e ambiental. O cabo 500 kV possui particularidades técnicas importantes em relação a outros cabos de alta tensão devido à elevada tensão de operação.
A proposta de utilizar cabos isolados para a alimentação de um banco de autotransformadores de 500/440 kV exigiu estudos eletromecânicos detalhados para definir a melhor forma de instalação, minimizando interferências nos ativos em construção e nos já em operação. Além disso, devido às exigências de isolamento e resistência a sobretensões, foram realizados estudos elétricos para garantir que os cabos e equipamentos atendam às demandas sistêmicas.
A implantação do primeiro cabo isolado de 500 kV no Brasil marca um avanço significativo para o setor elétrico e reforça o pioneirismo da TAESA no mercado de transmissão, quebrando paradigmas e abrindo caminho para a adoção dessa tecnologia, consolidando a Companhia como referência no setor.
O primeiro aspecto apontado pelos especialistas é a camada de isolamento, muito mais robusta que a convencional para a classe. Ela precisa ser projetada para suportar níveis elevados de tensão elétrica e garantir a segurança e eficiência da transmissão.
Para se chegar a um isolamento confiável, contudo, é preciso realizar um intenso trabalho de P&D com materiais avançados e de alta resistência, que proporcionam confiabilidade a longo prazo e minimizam a possibilidade de falhas.
São aspectos que tornam este projeto tecnicamente mais complexo, o que requer precisão no processo de fabricação e um rigoroso controle de qualidade para garantir que ele atenda aos padrões de desempenho e segurança exigidos para um projeto dessa magnitude.
O cabo será fabricado em modernas instalações da Prysmian na China, naquela que é uma das principais fábricas de cabos de alta tensão do mundo. A equipe local vai acompanhar todos os testes e ensaios de rotina conforme exigido pela norma IEC 62067 na presença de representantes da TAESA, garantindo total transparência e confiança no cumprimento dos padrões de qualidade e segurança necessários antes do transporte para o Brasil.