Edição 117 – Outubro de 2015
Por José Starosta
A perda de um amigo querido é sempre dolorosa, considerando os aspectos de relacionamento, de respeito, de amizade e de carinho pela pessoa que se vai. E com o nosso grande Oscar não foi diferente. Aprendemos a respeitar aquele sujeito intempestivo, de humor sarcástico, com ideias claras e que sabia muito bem onde deveríamos chegar. Um homem de bons propósitos, um técnico brilhante, empresário justo e correto, além de um pai de família exemplar que deixa sua fiel companheira Iza, quatro filhos e a encantadora netinha Luana órfãos, como todos nós, seus amigos e companheiros de jornada.
Já em meados dos anos 1980, fazia parte de uma equipe de peso capitaneada pelo Dr. Jose Zatz, a então “Agência para Aplicação de Energia” do governo de São Paulo (AAE) e que desenvolvia projetos que são referenciados até os nossos dias. Ele próprio assumiu a diretoria da AAE um pouco antes da dissolução quando da privatização das distribuidoras que mantinham a agência no final dos anos 1990.
Em 1997, fez parte da equipe (com importante atuação) da fundação da Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia (Abesco). As reuniões deste time ocorriam nas próprias dependências da AAE e da CESP. Sua empresa, a “ACE”, surgiu um pouco depois desta época, com atividades voltadas para a implantação de projetos de eficiência energética nas áreas de saneamento (dominava esta área com muita competência), além de iluminação, automação e outras. Na Abesco, sempre teve importante atuação participando ativamente das decisões e dos projetos que foram desenvolvidos nestes quase 20 anos de existência, sob todas as gestões. Não chegou à presidência, pois sua condição física começava a se deteriorar; Oscar foi mais uma vítima do maldito hábito de fumar.
Crítico ferrenho das “pataquadas” que se faziam no trato público do tema “eficiência energética”, repetia o tempo todo: “Temos de entender que eficiência energética é uma questão estrutural e não conjuntural”. Não só falava, mas lutava por isso. Fez parte da delegação brasileira, novamente com importante participação no projeto do Banco Mundial de financiamento de projetos de eficiência energética no Brasil, China e Índia. O “Proesco” do BNDES, lançado em 2006, também contou com sua importante colaboração.
Mesmo vencido pela enfermidade que o acometia, não perdeu a guerra; ajudou o mundo por onde passou a ser melhor (e isso cada vez é mais escasso). Devemos muito a ele não só sob o ponto de vista de suas posições técnicas, de discussões francas sobre todos os assuntos e da sua participação nas diretorias das diversas gestões da Abesco, mas por nos mostrar que, afinal de tudo, os homens podem e devem lutar por aquilo que acreditam de forma justa. Sentiremos sua falta, meu irmão! Você tinha muita lenha para queimar!