O resgate das fontes limpas e competitivas

Depois de um longo e dispendioso período, as fontes limpas já podem comemorar agora em outubro o resgate de sua competitividade no mercado livre de energia. Uma comparação entre os preços praticados nos contratos em relação às tarifas das distribuidoras mostra que dez Estados têm boa viabilidade de migração de empresas para o Ambiente de Livre Contratação (ACL).

O levantamento, elaborado pelos especialistas da FDR, tal qual o modelo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da Organização das Nações Unidas (ONU), é calculado em um intervalo de “0,000” (para a menor atratividade) e “1,000” para a maior atratividade.

No Índice Nacional de Atratividade do Mercado Livre para Fontes Limpas de Energia, pode-se considerar que valores abaixo de 0,4 são tidos como inviáveis financeiramente para migração para o ACL. Entre 0,4 e 0,6 como viabilidade moderada, entre 0,6 e 0,8, de boa viabilidade e acima de 0,8, com alta viabilidade.

O índice é calculado com base no preço médio comercializado no mercado livre entre as fontes incentivadas (energia proveniente de Pequenas Centrais Hidrelétricas e usinas eólicas, solares e de biomassa) comparadas com as tarifas de distribuidoras que representam 98% do mercado cativo brasileiro.

Na comparação de outubro, o resultado foi o segundo melhor do ano, com média “0,578”, atrás apenas do mês de fevereiro, quando a nota foi de “0,601”. Além disso, o índice apresentou um aumento de 8% em relação a setembro, que registrou “0,535”.

 Os Estados com médias que indicam boa viabilidade de migração para o mercado livre de energia são: Tocantins (0,674), Pará (0,663), Espírito Santo (0,650), Goiás (0,648), Rio de Janeiro (0,647), Amazonas (0,646), Santa Catarina (0,633), Mato Grosso (0,632), Paraná (0,609) e Piauí (0,601).

Os demais Estados obtiveram classificação considerada moderada para a saída do mercado cativo. O destaque foi o Amapá (0,403), que continua na lanterna do ranking, mas desde abril apresentava baixa atratividade. Roraima não participa da classificação, pois está fora do Sistema Interligado de Energia.

De meados de setembro até os primeiros dez dias de outubro foi observado um aumento considerável no regime de chuvas nas principais bacias responsáveis pela geração de energia elétrica no Brasil. O reflexo nos preços foi imediato, como exemplo os contratos futuros para novembro e dezembro deste ano já até agora caíram mais de 25% e 15% neste período.

No último Programa Mensal da Operação (PMO) foi apresentado um slide pelo departamento de Hidrologia/Meteorologia do Operador Nacional do Sistema (ONS) onde se observa uma métrica de um critério para definir o atraso, o adiantamento ou a regularidade do período úmido com base na média de chuva de cinco dias consecutivos acumulados em milímetros em determinadas datas e regiões do País.

Pelo que se observa dos dados de precipitação realizados, foi constatado que o início da estação chuvosa está se desenvolvendo regularmente sem atraso ou adiantamento. Vale ressaltar que, em 2017, o período úmido atrasou consideravelmente.

A expectativa que o regime de chuvas nas bacias do Sudeste e principalmente do Sul possa se intensificar com o início da influência do fenômeno El Niño sobre o Brasil nos últimos meses deste ano.

O centro australiano Bureau of Meteorology, que é referência mundial na análise do fenômeno, emitiu pela primeira vez no dia 9 de outubro um alerta mundial com 70% de probabilidade para o início de ocorrência do El Niño ainda em 2018. O International Research Institute for Climate and Society da Inglaterra, IRI, ratifica o alerta com o mesmo nível de probabilidade.

Desta forma, há indícios de que 2019 seja um ano com preços de energia no mercado livre mais moderados, de maneira a dar viabilidade a muitas migrações que não ocorreram em 2018.


*Erick Azevedo é CEO FDR Energia, é doutor em Planejamento e Sistemas Energéticos pela Universidade de Campinas (Unicamp) e mestre em Sistemas de Potência pela Universidade Federal de Itajubá

 

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