Nossos projetos de instalações serão robotizados?

Não é de hoje que acompanhamos alguns softwares e aplicativos específicos para os nossos projetos. Aprendemos a conviver paulatinamente com estas ferramentas que, após ajustadas, são potencialmente úteis, outras que nos fazem torcer o nariz para os resultados e um outro grupo que, pela dificuldade de uso ou alguma particularidade inconveniente, é esquecido e posto de lado. Mesmo as do primeiro grupo requerem do projetista muita perspicácia, coerência e cuidado na alimentação dos dados de entrada; qualquer desvio em uma impedância, especificação ou manobra errada explodirá virtualmente uma subestação. Na melhor das hipóteses, a proteção evitará que isso ocorra. A análise crítica dos resultados é fundamental. Muitas vezes, os resultados aquém da expectativa ocorrem por inserções de dados equivocados ou incompletos e merecem avaliação por profissionais habilitados.

Os aspectos de robotização de um projeto estariam bem distantes destes acima citados e considerariam um cenário em que dadas algumas especificações fornecidas para um projeto elétrico (por exemplo) como as características da construção civil e arquitetura, lista de cargas, tensão de alimentação, e algumas outras tantas, o projeto seria elaborado sem intervenção de projetista especializado. Projeto completo, com diagramas unifilares, linhas elétricas, sistemas de coordenação da proteção e cálculo de curto-circuito, aterramento, proteção atmosférica, documentos para aprovação na distribuidora, transformadores, painéis elétricos, filtros, listas de materiais, plantas e detalhes de execução, custos estimados e tudo mais.

Daquilo que se acompanha desde a época de Isaac Azimov até os dias de hoje, os muito discutidos algoritmos que prometem viabilizar os carros autônomos, ou os sistemas de autoaprendizado, que de observar tantas ações repetitivas, interativas e previsíveis simplesmente “aprendem”.

Assim pode funcionar com as análises financeiras, processos judiciais, comportamento humano em geral, além dos robôs (físicos) que conhecemos nas indústrias e hospitais que aumentam a produtividade com redução de riscos operacionais como estes que se avizinham dos carros autônomos.  Será que a “arte” empregada em cada um de nossos projetos poderia ser vitimizada por esta tendência, em um “copy-paste” instituído? Seria possível parametrizar nossas ações em função da coleção de um conjunto de variáveis?

Melhor parafrasear o inesquecível robô da família Robinsons da série dos anos de 1960, “Perdidos no espaço”, que alucinadamente anunciava quando algo inesperado ocorria: “Perigo! Perigo!”. Prefiro acreditar na arte da execução de um projeto com os passos clássicos.

Parabéns a esta revista, O Setor Elétrico, e seus profissionais que, em seus 12 anos de vida, souberam brindar à boa técnica e ao desenvolvimento da engenharia nacional com rico conteúdo.

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