Instalação de cubículos de média tensão ao tempo

Prezado leitor, gostaria de dividir com você um devaneio que tive durante minhas férias. Passeando por algumas cidades dos Estados Unidos, em alguns dias pude realizar minhas corridas matinais. Durante algumas dessas atividades, seguindo a máxima de que o trabalho sempre nos persegue (inclusive em férias), encontrei duas subestações instaladas ao tempo como mostram as fotos a seguir.

A foto da esquerda foi tirada em Los Angeles, enquanto a da direita em Las Vegas. Ambas apresentam uma característica interessante e muito diferente da nossa realidade, que é a ausência de alambrado ou muro ao redor, dando acesso livre (isso mesmo) a qualquer pedestre que transite pela calçada (passeio público).

Tal característica me fez desenvolver a seguinte reflexão: seria possível adotar o mesmo padrão de instalação no Brasil? Vejamos.

  • Será que o vandalismo atual das grandes cidades brasileiras permitiria o perfeito funcionamento das nossas subestações instaladas diretamente nas ruas? Pichações, violação das portas externas, destruição e furto das partes e peças?
  • Analisando apenas externamente, especulando eu diria, baseado na presença de venezianas de ventilação nas portas externas, não seria possível determinar que esses conjuntos de manobra e controle em invólucro metálico acima de 1kV poderiam atender à característica de resistência ao arco interno, conforme o anexo A da ABNT NBR IEC 62271-200. O documento determina que, neste caso, o ensaio de arco interno devido à falha interna seja realizado para acessibilidade tipo B, ou seja, acessibilidade irrestrita, incluindo público geral. Evidentemente que não posso afirmar que os conjuntos das fotos não atendem à norma em epígrafe, mas usei-as apenas para fomentar a discussão sobre o assunto “resistência ao arco interno”. Além do mais, a norma construtiva naquele país não é IEC, mas sim as normas norte-americanas, notadamente, a IEEE C37.20.2.
  • Considerando que os conjuntos das fotos sejam de entrada e medição de faturamento de energia, as famosas cabines primárias, precisaríamos então incluir as normas técnicas específicas das concessionárias distribuidoras. Segundo o site da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), no Brasil, são mais de 60 diferentes empresas. Grande parte delas tem normas técnicas diferentes com exigências construtivas diferentes, mas em especial, muitos diferentes padrões de segregação das áreas das subestações de entrada visando a criação das zonas de controle de risco elétrico, tanto para operadores e funcionários das distribuidoras, mas, sobretudo, pela responsabilidade em relação à salubridade do público em geral na periferia de equipamentos elétricos.

Deixo então ao amigo leitor essa provocação para que avaliemos as reais necessidades de segregação de nossas subestações em relação ao público em geral. Vandalismo? Segurança elétrica? Padronização técnica? Qual seria o maior desafio para que esse modelo fosse aplicado ao Brasil? Boa leitura.

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Uma resposta

  1. Educação do povo…
    Infelizmente, aqui no Brasil, mesmo desconsiderando o vandalismo, algum “espírito de porco” desligaria a SE, apenas pelo “prazer” de sacanear alguém.

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