Infraestrutura de instalações As instalações estão informatizadas. Nossas equipes estariam informadas e, sobretudo, formadas?

Edição 113 – Junho de 2015
Por José Starosta

O avanço tecnológico das ofertas e soluções que assistimos em nossas instalações é exponencialmente crescente. Novos sistemas de proteção, de controle e comando, de medições de variáveis elétricas e mecânicas, e mesmo os elementos e os materiais e sistemas aplicados na construção e montagem são incorporados a cada novo projeto. Os supridores de soluções, sejam elas subestações elétricas e seus subsistemas, sistemas de fontes de contingência como os geradores e UPS, sistemas de refrigeração, sistemas DCIM (nos centros de dados) e outros apresentam as evoluções de seus produtos, fruto da citada evolução tecnológica. De uma forma geral, toda esta “parafernália” tem como premissa a busca incessante do fornecimento de condições para operação cada vez mais confiável dos sistemas que compõem a carga alimentada. A coisa parece simples, mas existem alguns entraves a serem discutidos para que se atinjam estes graus de confiabilidade necessários. Não se trata de discutir se a forma de onda da tensão está sendo com gravada em 512 ou 1.024 amostras por ciclo pelo instrumento especificado, nem se os relés de proteção a serem aplicados possuem capacidade para diversos esquemas de proteção. A discussão aqui é outra, será que a capacidade técnica de nossas equipes de especificação e projeto, de montagem, de manutenção e operação estaria evoluindo na mesma velocidade? E se não, por quê?

Os cursos regulares de engenharia no Brasil, em várias centenas, apresentam os fundamentos da engenharia nos primeiros ciclos, e no final se preocupam em apresentar os aspectos das carreiras específicas aos alunos. Em diversos graus de dificuldade, inerente a cada modelo educacional, pedagógico, ao próprio interesse de cada aluno, estágios realizados e mesmo a visão dos coordenadores dos cursos regulares, parte dos alunos saem das escolas preparados para aprender nas empresas que irão os contratar e que já contam com esta etapa do ”trainee”, uma relação “ganha-ganha” que poderá trazer bons frutos. Já a outra parte dos alunos e sejam lá quais e por que forem as razões, terão uma dose maior de esforço para ingressar no mercado de trabalho. O ensino formal de engenharia no Brasil apresenta profundas distorções e desvios que crescem na medida em que novas vagas e novos cursos são oferecidos, decorrente da insuficiência quantitativa de profissionais no mercado. Mas, e os aspectos qualitativos, como serão resolvidos? Parece uma boa questão de políticas públicas (ministérios, universidades, estados) e das instituições privadas que se comprometem em formar e preparar jovens para o mercado, um mercado que apresenta carência de profissionais aptos e preparados para tratar e discutir as soluções tecnologicamente atualizadas em um nível adequado, e que possam com segurança defender as melhores soluções para as instituições que os contratam. Estes profissionais estariam preparados para entender e operar instalações com segurança, obtendo o máximo dos recursos daqueles sistemas que foram adquiridos nos pacotes durante a construção dos sistemas elétricos dos empreendimentos, ou ainda será que estes “pacotes” teriam sido especificados adequadamente em função da necessidade dos sistemas que compõem as cargas a serem alimentadas ou supridas. Será que todas as cargas mereceriam o mesmo grau de confiabilidade? E quanto custaria a implantação de sistemas em seus diferentes graus de confiabilidade, seus custos operacionais, energia e outros? A questão a ser aqui tratada é talvez tão ou mais premente que as apontadas e trata de educação continuada, reciclagem, capacitação, treinamento, ou qualquer outra terminologia ao processo de atualização dos profissionais que se deseja considerar. E não falamos aqui em MBA ou outros cursos voltados para as áreas de administração, gestão e outros, mas fundamentalmente da preparação técnica dos profissionais aos assuntos que lhes cabem tratar. 

Várias podem ser as formas de solucionar as questões apontadas, a participação em congressos e seminários, o treinamento das equipes técnicas com foco nas discussões de suas rotinas diárias, estudos de casos e grupos de trabalho se apresentam como antídotos aos pontos falhos na formação dos profissionais. Em direção oposta, mas com o mesmo objetivo dos cursos clássicos de engenharia, onde o conhecimento é passado do inicio ao final, os bons programas de educação complementar têm também por objetivo mostrar ao aluno quais pontos da formação básica devem ser revisados e, por que não recordados, porém do final para o início. A abordagem dos temas, em fase com o estado da arte da tecnologia e capacidade de atualização caracterizam estes programas. Os resultados estão relacionados à melhoria do desempenho operacional dos profissionais com reflexos na redução de investimentos em novos projetos, agilidade em tomadas de decisões e soluções de problemas, capacidade de discussão com fornecedores e, fundamentalmente, o aumento da tão almejada confiabilidade operacional. Boa sorte e, principalmente, boas escolhas, afinal não existem milagres na educação, a educação sim, opera verdadeiro milagres!

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