Indústria eletroeletrônica encerra 2010 aquém das expectativas

Por Grasiele Maia
Edição 59 – Dezembro/2010

A indústria eletroeletrônica brasileira deve encerrar 2010 com faturamento de R$ 124 bilhões, representando crescimento de 11% com relação ao ano anterior. O crescimento da indústria da construção civil, o aumento de renda e emprego, os programas do governo para proteger a economia do País contra a crise internacional, a redução do IPI para os eletrodomésticos, os investimentos em Geração, Transmissão e Distribuição (GTD) foram alguns dos fatores que contribuíram para este cenário. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

Embora o setor tenha superado (em aproximadamente 1%) os resultados de 2008, período pré-crise, os números não agradaram os empresários, visto que a expectativa, diante do crescimento do PIB, da ordem de 7,3% neste ano, era de crescimento de ao menos 15%. O grande entrave, segundo a Abinee, foi a valorização de 13% do Real diante do Dólar americano, implicando o aumento das importações e, assim, o desequilíbrio da balança comercial do segmento.

As vendas de produtos elétricos e eletrônicos para o exterior devem somar US$ 7,75 bilhões, 4% acima das realizadas no ano passado, entretanto, com os valores convertidos para Reais, os resultados demonstram queda de 9%. Nesse sentido, a participação das exportações no faturamento total da indústria passa de 13,4% em 2009 para 11% em 2010. Entretanto, as importações devem crescer 41% em Dólar, passando de US$ 25 bilhões, em 2009, para US$ 35 bilhões neste ano. Em Reais, o crescimento corresponde a 25%.

Os materiais elétricos de instalação foram influenciados pelo crescimento da indústria civil, motivado pelo programa Minha Casa Minha Vida e por investimentos de construtoras privadas. Na área de Geração, Transmissão e Distribuição, o ano de 2010 foi marcado pela retomada dos investimentos em infraestrutura de distribuição de energia elétrica e também pela continuidade do programa Luz para Todos.

Faturamento total por área
(R$ milhões a preços correntes)

Áreas

2008

2009

2010

2010 x 2009

Automação industrial

3.446

2.943

3.152

7%

Componentes

9.500

8.263

9.350

13%

Equipamentos industriais

18.369

15.003

18.311

22%

Geração, Transmissão e Distribuição

11.919

10.604

12.101

14%

Informática

35.278

35.278

39.917

13%

Material de instalação

8.323

7.954

8.912

12%

Telecomunicações

21.546

18.367

16.714

-9%

Utilidades domésticas

14.710

13.427

15.583

16%

Total

123.092

111.839

124.040

11%

Para 2011, as expectativas são positivas, já que há uma tendência de que os projetos que ficaram no papel durante 2010 sejam colocados em prática. A previsão é que o faturamento cresça 13% com relação a 2010, atingindo cerca de R$ 140 bilhões.

Para o segmento de Geração, Transmissão e Distribuição, por exemplo, é esperado um faturamento de R$ 14,4 bilhões, sendo R$ 2,3 bilhões a mais do que o ano passado. Conforme o diretor da área de Geração, Transmissão e Distribuição da Abinee, Newton Duarte, o grande responsável por esses números será a área de distribuição de energia. “Não haverá grandes investimentos na área de geração por conta da reavaliação do PAC e das dificuldades em se obter licenças ambientais. Já em distribuição teremos um melhor crescimento, o que ajudará as demais áreas”, declarou

O setor está preocupado, no entanto, com a concorrência com o mercado estrangeiro, especialmente, quanto à compra de equipamentos destinados aos grandes projetos do PAC. Como exemplo foi citada a hidrelétrica do Rio Madeira e a linha de transmissão de Tucuruí-Manaus que têm participação efetiva de capital estrangeiro.

De acordo com a associação, o ambiente favorável para o consumo, a manutenção da renda do trabalhador, a permanência dos investimentos privados e públicos e a ocupação de mão de obra serão os fatores que devem contribuir para o resultado positivo.

Para o presidente da Abinee, Humberto Barbato, esse contínuo crescimento se deve à expectativa da execução de grandes obras de infraestrutura que estavam em pauta para 2010 e tendem a ser efetivadas em 2011.

Em paralelo com crescimento do mercado de equipamentos industriais e materiais de instalação, Barbato ressaltou o salto do número de empregados no setor, que em 2009 era de 159,8 mil, pulando em 2010 para 175 mil. Mas mostrou preocupação com a qualidade da mão de obra disponível no mercado. “O número de estudantes em engenharia ainda não é suficiente para manter o setor aquecido”, avaliou.

Projeção para faturamento total por área
(R$ milhões a preços correntes)

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2010

Áreas

2011

2011 x 2010

Automação industrial

3.152

3.503

11%

Componentes

9.350

10.109

8%

Equipamentos industriais

18.311

21.067

15%

Geração, Transmissão e Distribuição

12.101

14.411

19%

Informática

39.917

45.545

14%

Material de instalação

8.912

10.262

15%

Telecomunicações

16.714

18.586

11%

Utilidades domésticas

15.583

17.017

9%

Total

124.040

140.500

13%

 

 

 

 

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