Iluminação e sistemas de telegestão

Seguindo a série de artigos, neste mês trataremos da evolução dos sistemas de telegestão aplicados em iluminação pública no Brasil, dos desafios em sua utilização e das perspectivas para os próximos anos. A reflexão inicial proposta desta vez é: de que maneira podemos ter um sistema de telegestão auto sustentável, que “se pague” com  os  benefícios que  o uso desta tecnologia proporciona ao longo do seu tempo de vida útil? Se em uma PPP (parceria público privada) a telegestão não fosse obrigatória, mas fosse permitido seu uso para melhoria dos índices da concessão e geração de receitas adicionais, bem como para obter resultados além de economia de energia, este sistema seria economicamente viável e a concessionária decidiria pela sua utilização fazendo este investimento?

O desejo de toda  a  cidade  é  ter todo o sistema de  iluminação  pública tele comandado e que os pontos de luz sejam a porta de entrada para uma cidade inteligente em que internet das coisas deixe de ser um termo do momento para se converter em aplicações práticas que beneficiem o cidadão. De que maneira os sistemas realmente podem coletar dados, fazer análises, comparações, dispositivos se comunicarem com outros dispositivos e auxiliarem na tomada de decisão, na gestão dos sistemas e na integração com outros serviços de uma cidade?

Os limites da tecnologia se expandem a cada inovação e trazem o desafio de que sejam popularizados e virem algo de uso comum e corriqueiro. Para isto a tecnologia deve ser traduzida em aplicações simples e de fácil entendimento e não o que ocorre atualmente onde parece que vivemos em um grande emaranhado de siglas e  termos que em  nada facilitam  o entendimento e seu uso. Os sistemas devem “falar entre si” possibilitando sua integração e operação com protocolos ou linguagens de uso comum como base de desenvolvimento das aplicações. Não existe  atualmente  uma   padronização a ser seguida nem uma diretriz sobre integração dos sistemas. A possibilidade de customizações também deve ser considerada em qualquer especificação, pois as necessidades da cidade A não são as mesmas da cidade B.

A equação financeira e os  modelos de negócio para aplicação de telegestão ainda estão bastante incipientes comparados com a possibilidade do uso de tecnologias, assim como as indefinições de interoperabilidade entre os sistemas  e os protocolos de comunicação ainda causam inúmeras dúvidas no usuário final ou mesmo em quem presta o serviço de gestão da iluminação e deve escolher pelo uso de um sistema ou tecnologia. O risco de obsolescência e falta de continuidade de produtos e sistemas a médio prazo deve ser considerado.

Diante deste cenário, precisamos de iniciativas que tragam bons exemplos na aplicação desta tecnologia nas cidades e gerem segurança na aplicação dos recursos. A recente publicação da Aneel sobre a  operacionalização  do  art.  26 da resolução 414 dá o  primeiro  passo em uma questão até então controversa do uso destes sistemas para fins de faturamento de energia elétrica para IP e ajuda a garantir os resultados em termos de economia de energia e redução de custos para que faz uso deste tipo de sistema. Se tivéssemos recursos do PEE ou do Procel Reluz, específicos para este tipo de tecnologia, que propiciassem além de uma maior economia de energia e a substituição do convencional para o LED, a oportunidade de transformar a gestão do sistema reduzindo custos de operação e manutenção, poderíamos ter um histórico e acompanhamento dos resultados ao longo do tempo. Um primeiro passo foi a realização de projetos piloto em iniciativas de aplicação de recursos de eficiência energética.

Precisamos entender cada vez mais como utilizar estas tecnologias e garantir retorno nos investimentos públicos e ampliar o uso das tecnologias tendo uma política clara para o desenvolvimento de cidades inteligentes no país. Soluções que sejam interoperáveis e intercambiáveis devem deixar de ser um desejo e se tornar realidade para o desenvolvimento de uma plataforma para cidades inteligentes.

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