Iluminação e economia de energia além da tecnologia

Dando sequência a esta série sobre o tema iluminação, neste artigo, iremos tratar das oportunidades de economia de energia de diversas maneiras que hoje, por algum motivo, nos passam desapercebidas, ou que por força do hábito ou de convenções, deixamos de lado. Muitas vezes, ações simples contribuem significativamente para a economia de energia, não somente em grandes cidades e utilizando tecnologia de telegestão, buscando a integração de uma cidade inteligente e adequada ao cidadão, mas também para o segmento privado seja em uma indústria, condomínio comercial, residencial ou mesmo no segmento do comércio.

A utilização da iluminação no momento e nível necessário sempre foi uma grande oportunidade e, com o passar do tempo, parece que foram perdidas algumas iniciativas de convencimento e conscientização para o uso racional da energia. Andando por cidades do Brasil e também fora do País, é possível ainda perceber diversas situações onde a iluminação fica ligada durante o dia ou em períodos em que não seria necessária a utilização. Em muitos casos, na iluminação externa, ainda, o relé fotocontrolador, quando em falha, mantém a lâmpada acesa durante o dia, gerando um maior consumo de energia. Uma das maiores contradições que vejo hoje

  • um sistema LED ligado durante o dia por falha de algum equipamento ou muitas vezes por descaso. Mesmo em sistemas utilizando tecnologia LED, onde ainda seria possível pensar em uma telegestão ou sistema autônomo e individual para controlar o horário de acionamento e o nível necessário, ainda são utilizadas tecnologias somente para ligar e desligar, deixando de ser utilizada uma “rampa de subida” de potência e fluxo que também ajudaria na economia de energia. Portos, aeroportos, centros comerciais, onde mesmo existindo iluminação natural, ainda não existe um sistema de controle para reduzir o consumo de energia mantendo o nível de iluminação adequado. Em prédios comerciais, ainda percebe-se escritórios e áreas que permanecem com iluminação ligada por toda a noite, por diversos motivos. Com medidas simples, seria normalmente possível reduzir o consumo de energia entre 10 e 15 porcento no total do consumo mensal, e ainda mais com sistemas de controle utilizando as mais modernas tecnologias.

A falta de regulagem e focalização dos equipamentos é outra questão pouco avaliada e que poderia auxiliar, além da economia de energia, na redução do ofuscamento em diversas situações e na diminuição da poluição luminosa quando falamos de áreas externas. Este fato muitas vezes está ligado à falta de manutenção correta dos equipamentos de iluminação e acaba comprometendo o resultado da iluminação ao longo do tempo. Em diversos casos para resolver isto é feito aquele “reforço” na iluminação ao invés de uma substituição completa com um projeto mais eficiente. Outro ponto de atenção na manutenção é a correta limpeza do equipamento de iluminação que auxilia consideravelmente na manutenção do fluxo luminoso.

Buscar a eficiência em um sistema não é somente ter um ótimo lm/W (eficácia luminosa); é preciso de distribuição e eficiência na área a ser iluminada. Não somente um bom projeto – como já foi exposto nos artigos anteriores –, mas pensar no funcionamento do sistema ao longo do tempo com as variações e manutenções que irá sofrer ao longo de sua utilização, principalmente, treinando e dando condições ao ser humano que irá operá-lo e terá a responsabilidade pelo seu uso, que consiga mantê-lo nas melhores condições para que cumpra com seu desempenho até o final da vida.

Com as novas tecnologias de automação, o usuário também deve estar consciente e treinado para utilizar todas as funcionalidades possíveis da iluminação, gerando cada vez mais economia e bem-estar para as pessoas.

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