Governo anuncia investimento no setor elétrico. Vem aí a bandeira tarifária “cor de laranja”

Edição 115 – Agosto de 2015
Por José Starosta – Consultor Técnico

Em meados de agosto, o governo anunciou com toda pompa e circunstância novos investimentos para o sofrido setor elétrico, serão R$ 81 bilhões até 2018 e outros R$ 105 bilhões que ficam para depois. A política de investimentos continua a mesma, usinas hidrelétricas em regiões longínquas de difícil acesso, com dificuldades de licenciamento ambiental e linhas de transmissão para trazer ou reforçar os caminhos existentes para que toda esta energia chegue aos centros de consumo.

As renováveis também (que alguns ainda chamam de alternativas) estão no pacote, mesmo com os custos das usinas fotovoltaicas ainda muito altos. A rigor, os investimentos estão assim divididos:

Os investimentos já contratados de 2015 a 2018 importam em outros R$ 114 bilhões. A ordem de grandeza dos investimentos é a mesma dos prejuízos sucessivamente anunciados pelo setor, desde que nossos reservatórios secaram por falta de chuva e pelo consumo desenfreado pela tarifa de energia que havia sido (no primeiro momento) reduzida (valores impressionantes e proporcionais ao gigantismo do Brasil). Para aqueles que gostam de fazer contas comparando alhos com bugalhos, esta “dinheirama” daria para construir centenas dos inúteis e suspeitos estádios da copa, ou mesmo acabar com o déficit de moradia do Brasil (aí não teríamos os MSDPs, MFDPs, entre outros).

Mais uma vez, mecanismos de viabilização de projetos inteligentes de eficiência energética não foram considerados, bem como aqueles de geração fotovoltaica distribuída em nossos telhados, medidas simples e baratas que atenuariam a situação de forma significativa. Também foi anunciada a redução da tarifa da bandeira tarifária vermelha da ordem de 15% a 20% dos R$ 55/MWh que hoje se paga, aproximando um pouco a bandeira vermelha da amarela, talvez “alaranjando” essa bandeira, por conta do desligamento de umas 20 térmicas.

Por que as térmicas foram desligadas? Basta olhar para o nosso PIB e os indicadores da indústria.

Eng. José Starosta
Consultor da revista O Setor Elétrico
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