Estoques baixos, prazos de entrega elevados

Edição 54, julho de 2010

Por Carla Valéria

Estamos no segundo semestre de 2010 e parece que as indústrias voltaram a investir e a crescer. Mas, como reflexo da crise do ano passado, a maioria dos setores teve de reduzir seus estoques e só agora voltam a produzir em escala maior. Com estoques mais baixos, os prazos de entrega ficam muito mais longos e acarretam uma lentidão em todo o processo produtivo. Por exemplo, certos tipos de capacitores Kvar, de potências e tensões muito específicos, têm previsão de entrega para 2011. Isso porque o produto vem da Europa e alguns componentes simplesmente estão em falta na matriz. É uma reação em cadeia que acaba prejudicando os fabricantes, os distribuidores, as lojas e o consumidor final.

 Os custos por falta de estoque são vários:

  • Multas e encargos por atrasos na entrega;
  • Custos adicionais, por substituição de materiais;
  • Elevação do número de cancelamento de pedidos ou devoluções de produtos acabados;
  • Produção parada constantemente por falta de material;
  • Perda de clientes para concorrentes;
  • Perda de lucro por incapacidade de suprir a demanda;
  • Desgaste da imagem da empresa.

Sai ganhando quem conseguiu manter seu estoque, pois o consumidor certamente vai pesquisar e dar preferência pela pronta entrega ou pelo menor prazo. Para quem não conseguiu, é hora de desenvolver novos fornecedores para atender à crescente demanda e não perder vendas. Mas, para manter o padrão de qualidade, é preciso seguir rigorosamente as especificações de cada item, seja ele um insumo, seja um produto acabado, por meio de procedimentos e testes. Empresas com certificação ISO 9001 são sempre bem-vindas.

Só que para uma rápida reposição de estoque, também há custos a considerar. Insumos mais caros implicarão aumento no preço de venda do produto final. Empréstimos bancários podem ser necessários, devido à redução do capital de giro. São riscos que, antes de assumidos, devem ser muito bem estudados, de acordo com as tendências e projeções de mercado, pois, se não houver rentabilidade e consequente manutenção da liquidez do estoque, o prejuízo é certo.

Investir em estoque custa dinheiro, empata capital e enfatiza a questão do custo de oportunidade, que nada mais é do que o valor que a empresa perde imobilizando o capital em estoque em vez de aplicar no mercado financeiro, ganhando a remuneração dos juros. Além disso, os estoques podem prejudicar o fluxo da produção. A decisão de manter estoques pode ocultar problemas, dificultar o controle, ocultar os desequilíbrios existentes na capacidade das instalações, minimizando, assim, as possibilidades de melhora. Difícil decisão.

De qualquer forma, devemos esperar mais alguns meses até que as empresas consigam normalizar seus estoques. Enquanto isso, outras estratégias deverão ser adotadas para atrair o cliente, como investir em atendimento, com treinamentos e campanhas internas; estabelecer isenção de frete e descontos para lotes maiores ou com entregas programadas; e jamais cometer os erros: “vendemos o que não temos” e “não vendemos o que temos”.

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