Edição 54, julho de 2010
Por Anderson Mendes
Em iluminação industrial é comum a dúvida quanto ao tipo de equipamento utilizar e quais são as melhores opções de instalação. Os exemplos mais comuns de dúvidas que os profissionais da área de elétrica das indústrias enfrentam, quando precisam iluminar uma área nova ou substituir os equipamentos existentes por novos, são: luminárias pendentes com lâmpada de descarga de alta pressão instaladas no teto ou projetores instalados nas laterais? Ou será que é melhor instalar luminárias tipo calha com lâmpada fluorescente? Qual é a melhor opção?
Antes de escolher o equipamento e definir o tipo de instalação, o ideal é sempre perguntar o que deve ser iluminado (piso, máquinas), quais as particularidades técnicas que devem ser respeitadas (nível de iluminância, manutenção) e quais obstruções existem (ou existirão) no local. Além do piso, em muitos casos, é normal a necessidade de se iluminar máquinas, locais de inspeção, produtos empilhados (porta-pallets, por exemplo, em que o operador precisa ler o rótulo do conteúdo do pallet) e outros.
A seguir, fornecemos algumas dicas de qual o tipo de instalação escolher em alguns casos bastante comuns.
No caso de um galpão em que não haja grandes obstruções (máquinas altas ou porta-pallets, por exemplo), o ideal é instalar as luminárias no teto de forma simétrica para se obter um melhor nível de iluminação e de uniformidade, com economia de energia. Se o pé-direito for superior a 8,0 metros, podem ser utilizadas luminárias do tipo pendente circular com lâmpada de descarga de alta pressão (normalmente vapor metálico, pois possuem bom índice de reprodução de cores). No caso em que o pé-direito seja inferior a 8,0 metros, as luminárias do tipo calha de boa eficiência, com lâmpadas fluorescentes, são as mais indicadas, pois não geram calor excessivo no ambiente de trabalho, além de melhorar a uniformidade, quando comparadas às lâmpadas de alta potência instaladas em pé-direito baixo.
Quando há grandes obstruções, como os porta-pallets, por exemplo, existem duas situações que devem ser analisadas, pois o recomendado é que se ilumine não só o piso, mas os porta-pallets verticalmente (pois os operadores devem ler os rótulos do conteúdo dos mesmos, conforme citado). Se os porta-pallets estão próximos, formando um corredor, o ideal é instalar luminárias tipo calha para lâmpadas fluorescentes, no sentido longitudinal aos pallets (no meio do “corredor”), pois estas luminárias possuem fotometria aberta e vão iluminar, além do piso, os porta-pallets verticalmente. Se os porta-pallets (ou outra grande obstrução) não estão tão próximos, podem ser utilizados projetores com lâmpadas de descarga de alta pressão instalados nas laterais do galpão, assim, obtém-se uma iluminação bastante uniforme no piso, com iluminação vertical nos porta-pallets e com economia de energia.
Se o local exigir iluminação pontual, como as bancadas de inspeção, podem ser mesclados diferentes tipos de equipamentos, pois o nível de iluminância exigido por norma nestes locais, geralmente é muito superior ao nível exigido no piso. Uma boa dica é instalar luminárias tipo calha para lâmpadas fluorescentes o mais próximo possível ao ponto de inspeção, ou seja, mais baixas em relação à iluminação geral. Dessa maneira, garantimos o alto nível de iluminância exigido para estas áreas, sem desperdício de energia, além da possibilidade de aumentar o conforto do inspetor, pois algumas lâmpadas fluorescentes possuem excelente índice de reprodução de cores.
Outras situações adversas podem ser encontras em iluminação industrial, como: locais de difícil acesso, em que a manutenção deve ser realizada com a menor frequência possível; partículas em suspensão; presença de agentes corrosivos; atmosferas potencialmente explosivas, etc. Por isso, o ideal é, sempre que possível, contratar um profissional de iluminação, que estude as necessidades e os detalhes do local e desenvolva um projeto luminotécnico específico para a área. Assim, obtém-se a garantia de uma iluminação adequada, de acordo com as normas vigentes, com conforto para os operadores e com economia de energia.
Anderson Mendes é engenheiro eletricista e supervisor comercial da Fael Luce do Brasil Ltda.