Edição 113 – Junho de 2015
Por Michel Epelbaum
O dia mundial do meio ambiente de 2015, 5 de junho, passou de forma muito apagada na mídia, ofuscado pelos fatos mais amplos: a crise econômica, a inflação e as altas da taxa de juros; além da corrupção com os novos desdobramentos no Brasil, na FIFA, Swissleaks e até do Neymar.
Mais uma vez, o curto prazo parece estar vencendo de 7 x 1 o longo prazo. E a presente geração “rouba recursos” das futuras gerações.
Isso me lembra do conceito de infraestrutura e superestrutura que aprendi na escola: a infraestrutura compreende os meios materiais e as forças/relações de produção para produzir as necessidades e comodidades da vida (economia). Essas relações determinam a superestrutura – relações e ideias da sociedade, incluindo a cultura, instituições, estruturas de poder político, papel social, jurídico e religioso. Apesar da superestrutura também influenciar a infraestrutura, esta última predominaria.
A economia (e o dinheiro) sempre comandará tudo? Estaremos vendo uma luta entre este conceito antigo dos “dois pilares” (infra e superestrutura) e o conceito dos “três pilares” de John Elkington (“a sociedade depende da economia, e a economia depende do ecossistema global, cuja saúde representa o pilar derradeiro” – uns interferindo nos outros)? Será que a discussão sobre a realidade do aquecimento global e a necessidade de tratá-lo seria mais uma faceta desta luta?
Lembro também do livro “O Valor do Amanhã”, do filósofo e economista Eduardo Gianetti, que traz a discussão sobre juros e escolhas intertemporais, representando uma face das decisões de valor entre o presente e o futuro da economia, mas também da natureza e atividades humanas (inclusive na fábula da formiga e da cigarra). Consumir e viver o momento, ou poupar e planejar para um momento futuro? Apesar de o fenômeno ser mundial, não posso deixar de frisar o imediatismo do Brasil, como colocado pelo autor do livro, por motivos históricos e culturais.
Mais calmo após este “desabafo filosófico”, quero chamar a atenção para alguns sinais positivos ligados à energia:
– Pesquisa realizada entre março e abril, com 816 especialistas de 82 países, sobre liderança em sustentabilidade, mostra que os países e as empresas o fazem principalmente por meio de seus valores, crenças e cultura (fonte: Globescan Sustainability Survey). No caso dos países, 27% dos especialistas escolheram o país em que votaram como líder pelo tratamento dado à gestão de energia e da mudança climática.
– Relatório anual da ONU (meio ambiente) recentemente lançado, referente a 2014, mostra:
– Sinalização de melhorias em direção às energias renováveis:
– Mudança de postura dos Estados Unidos: meta de redução de 26% a 28% das emissões de gases de efeito estufa até 2025 (base: 2005); e das emissões de metano de 40% a 45% até 2025 (base: 2012), esta última a ser aprovada em 2015 para vigorar em 2016.
Há sinais interessantes no ar, mas as crenças, os valores e o jeitinho brasileiro “nublam o horizonte”. Espera-se “resolver” os problemas com “pedaladas mágicas fáceis rápidas baratas”, com o esquecimento, inação ou substituindo por outra crise: a da água não foi resolvida, mas já ficou de lado; a Lava-Jato já cedeu lugar para a FIFA; a potencial crise energética foi atenuada pela crise econômica (que reduziu o seu consumo), o ajuste fiscal se faz aumentando os impostos e por aí vai.
Mesmo assim, por crenças e valores próprios, pensando e poupando para as futuras gerações, devemos tentar conciliar a economia, o ecossistema e a ética para fazer a nossa parte! Hoje!
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