Brasil fica em 1º lugar em programa global e receberá mais de R$ 1 bilhão para descarbonização da indústria
17/06/2025
Nenhum comentário
Com matriz limpa e competitiva, país desponta como fornecedor estratégico de hidrogênio de baixa emissão
O Brasil está diante de uma oportunidade histórica de liderar a transição energética global por meio do hidrogênio de baixa emissão de carbono. Em 2024, o país deu um passo decisivo com a sanção do Marco Legal do Hidrogênio, criando as bases para o desenvolvimento de uma nova economia verde. Aprovado por ampla maioria no Congresso Nacional, o novo marco institui a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono e estabelece diretrizes para financiamento, incentivo à pesquisa, certificação, rotulagem, uso de infraestrutura e integração com o setor elétrico.
Os desafios para 2025 envolvem a regulamentação do arcabouço legal e a estruturação de políticas públicas que garantam segurança jurídica, previsibilidade e estímulos à competitividade da cadeia produtiva. Também está em debate a criação de um sistema nacional de certificação que ateste a origem renovável do hidrogênio produzido no país, uma demanda fundamental para a inserção do Brasil em mercados internacionais, especialmente na Europa, que já adota exigências rigorosas sobre a rastreabilidade do produto.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil possui potencial técnico para produzir até 1,8 gigatoneladas de hidrogênio verde por ano, aproveitando sua matriz elétrica majoritariamente renovável. Atualmente, mais de 80% da eletricidade gerada no país provém de fontes limpas — como hidrelétricas, eólicas e solares — o que posiciona o país entre os mais competitivos do mundo na produção de H₂V.
Estudos da BloombergNEF (New Energy Finance), especializada em pesquisa e análise de mercados ligados à transição energética, tecnologias limpas, indústria de baixo carbono e inovação tecnológica em energia, apontam que o Brasil pode alcançar um dos menores custos globais de produção de hidrogênio verde, chegando a menos de 1 dólar por quilo em regiões como o Nordeste, onde há grande disponibilidade de energia eólica e solar. Esse cenário tem atraído a atenção de grandes investidores internacionais. Apenas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará, o hub de hidrogênio verde já soma mais de 30 memorandos de entendimento assinados, com perspectiva de investimentos que ultrapassam US$ 30 bilhões ao longo da próxima década.
O fortalecimento da matriz energética nacional, somado ao atual cenário internacional, posiciona o Brasil como peça-chave no mercado global de energia limpa. O avanço do hidrogênio verde amplia a competitividade do país como fornecedor global de soluções sustentáveis, especialmente para nações com metas ambiciosas de descarbonização.
Nesse contexto, a terceira edição da HYDROGEN EXPO & CARBON CAPTURE EXPO South America, que acontece nos dias 11 e 12 de junho, na Expo Mag, no Rio de Janeiro, pretende mobilizar especialistas, empresas, instituições e o poder público em torno de uma agenda comum: transformar o potencial do Brasil em realidade. A expectativa é que o evento funcione como uma vitrine de soluções e um espaço estratégico para articulação de negócios, com foco no fortalecimento da cadeia produtiva do hidrogênio de baixa emissão de carbono.
Entre os expositores já confirmados estão Abimaq, Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK-RJ), AZ Armaturen do Brasil, Burckhardt Compression, Flutrol, Gas Futuro, Gascat, Goetze, Goufuhee, Habonim Valves, Herose GmbH, Iaber Innovation, Innovation Norway, Kawasaki do Brasil, Metalinox, Neuman & Esser, PRF Solutions, Protium Dynamics, Roxtec, Regal Rexnord, Swagelok, Porto do Suape, Vallourec, Draeger, TPI e Tranter. A diversidade de players evidencia o compromisso do evento com a construção de uma cadeia produtiva sólida e globalmente conectada, reunindo fabricantes de equipamentos, fornecedores de tecnologia, consultorias especializadas e iniciativas de fomento internacional.
