A gestão de ativos é um processo essencial para empresas que buscam maximizar valor, garantir eficiência e manter a sustentabilidade de suas operações. Para que seja eficaz, é imprescindível que sua implementação seja baseada no contexto organizacional, considerando desafios internos e externos que podem impactar a companhia.
A gestão de ativos deve ser planejada e organizada com base no contexto da empresa, levando em consideração os desafios internos e externos que podem afetar a companhia. Para implementar um sistema eficaz de gestão de ativos, é necessário entender o ambiente em que a organização opera, suas capacidades e as demandas do mercado. Ou seja, está relacionado à necessidade de compreender os fatores internos e externos que influenciam a organização e, consequentemente, o desempenho de seu sistema de gestão de ativos.
Fatores Externos: Os fatores externos incluem aspectos sociais, culturais, políticos, legais, regulatórios, financeiros, tecnológicos, econômicos e ambientais, sejam eles internacionais, nacionais, regionais ou locais. As mudanças nestes aspectos podem impactar diretamente a gestão de ativos, assim como as relações e percepções dos stakeholders externos, como reguladores, clientes e fornecedores.
Fatores Internos: Internamente, a gestão de ativos deve alinhar-se à governança corporativa, políticas e estratégias da empresa. Outros elementos importantes incluem a cultura organizacional, estrutura corporativa, papéis e responsabilidades, sistemas de informação, processos decisórios e feedback de auditorias e avaliações críticas.
O escopo da gestão de ativos deve ser bem definido para garantir que todos os ativos críticos sejam considerados, abrangendo não apenas os ativos físicos, mas também processos e sistemas relacionados. A implementação de tecnologias adequadas, como softwares de gestão, é essencial para monitorar o desempenho dos ativos e tomar decisões embasadas em dados.
O plano estratégico de gestão de ativos deve alinhar a estratégia de ativos à estratégia organizacional. Ele deve considerar o desempenho desejado dos ativos, a mitigação de riscos e os objetivos de longo prazo. Além disso, cada ativo pode ter um plano de gestão específico que abrange sua aquisição, manutenção e substituição ao longo do tempo.
O Plano Estratégico de Gestão de Ativos (SAMP) é a espinha dorsal desse processo, garantindo que os objetivos organizacionais sejam traduzidos em ações concretas e alinhadas. Ao considerar os requisitos das partes interessadas, planos financeiros, segurança, patrimônio, fatores humanos e operacionais, o SAMP proporciona uma visão clara e estruturada para o sucesso da gestão de ativos.
Com uma abordagem bem definida e o compromisso de todos os envolvidos, a gestão de ativos se torna um diferencial estratégico, permitindo que as organizações maximizem o valor de seus ativos e alcancem seus objetivos de forma eficaz e sustentável.
A gestão de ativos tem se consolidado como um pilar estratégico essencial para as organizações que buscam alcançar seus objetivos de negócio de forma sustentável, eficiente e competitiva. Não se trata apenas de gerenciar ativos físicos, mas de criar uma abordagem holística que alinhe os ativos e suas atividades ao propósito e à estratégia de negócio da companhia.
A integração entre a estratégia de negócio e a gestão de ativos é um desafio crítico que exige visão estratégica, colaboração interdisciplinar e um sistema de gestão robusto. Enquanto a estratégia de negócio define os objetivos da empresa, a gestão de ativos determina como os recursos serão utilizados para alcançar esses objetivos de maneira eficiente e sustentável. Essa sinergia proporciona:
- Maior Eficiência Operacional: decisões sobre ativos são orientadas pelos objetivos estratégicos, evitando desperdícios e otimizando investimentos.
- Redução de Riscos: consideração integrada dos riscos operacionais, financeiros e regulatórios.
- Sustentabilidade: equilíbrio entre valor econômico, impacto ambiental e responsabilidade social.
- Vantagem Competitiva: melhoria na resiliência e na agilidade em um mercado dinâmico.
O SAMP é um instrumento essencial para garantir que a gestão de ativos seja conduzida de forma estruturada e alinhada às prioridades estratégicas. Ele permite que decisões sejam tomadas com base em critérios claros, como custo, risco e desempenho, promovendo colaboração entre departamentos e integrando a gestão de ativos com outros sistemas corporativos.
Com o SAMP, as organizações conseguem cumprir exigências regulatórias, atender expectativas de stakeholders e implementar iniciativas sustentáveis ao longo do ciclo de vida dos ativos. Dessa forma, a implantação do SAMP não apenas melhora o desempenho operacional, mas também fortalece a base para enfrentar desafios futuros com resiliência, eficiência e sucesso a longo prazo.
A gestão de ativos não é apenas uma necessidade operacional, mas uma estratégia vital para a perenidade e competitividade das organizações no mercado global.
Sobre a autora:
Lílian Ferreira Queiroz é engenheira eletricista, Membro do Cigré e especialista em confiabilidade e
gestão de ativos. Atualmente, é Diretora de Gestão de Ativos da Geração da Eletrobras