Edição 123 – Abril de 2016
Espaço Cigré
Por Saulo José Nascimento Cisneiros*
Em continuidade ao artigo anterior, que apresentou as características da matriz elétrica atual e traçou um quadro sobre as ofertas futuras de energia elétrica, o texto a seguir aprofunda a discussão sobre as fontes de energia disponíveis e sobre a matriz ideal.
O mix adequado de fontes deve maximizar os benefícios técnicos e econômicos que podem ser obtidos considerando as características de todas as fontes disponíveis. Nessa proposta de matriz energética devem-se destacar os seguintes pontos:
A geração nuclear apresenta dois grandes desafios:
Diante desses desafios, estudos têm sido feitos para:
Sempre haverá uma crescente demanda dos consumidores por maior segurança e qualidade do suprimento de energia elétrica, bem como uma total aversão ao risco de racionamento de energia. Por outro lado, esses mesmos consumidores também reclamam por redução nas tarifas de consumo de energia. Há um grande dilema nesta questão da “maximização da segurança e qualidade versus redução dos custos da energia elétrica”. É impossível otimizar ambos, pois, eles trabalham em direções opostas. Qual é a prioridade? Este dilema não é tão simples de decidir como entre as cores preta e branca. Ele é muito mais complexo. Enfim, os consumidores terão o suprimento de energia com a segurança ou o risco de déficit que eles estão dispostos a pagar. Esta pode ser uma questão técnica e econômica simples, porém, é um problema político e social muito complexo, o que bem ilustra a dificuldade de se estabelecer o risco de déficit ideal que o Sistema Interligado Nacional (SIN) deve ser planejado. “As situações que levam a decisões difíceis são tão complexas como as próprias opções”.
Na definição de matriz energética ideal, é recomendável um aprofundamento da discussão com a sociedade do binômio “segurança versus custos” da energia elétrica, de forma a contribuir com a modicidade tarifária sem pôr em risco a garantia do atendimento energético e atender aos condicionantes ambientais.
Nesse contexto, cabe destacar o papel vital das ações de reciclagem de materiais e da água e do uso eficiente da energia elétrica e da água, produzindo os seguintes benefícios:
Como ponto final, é importante fazer considerações vitais sobre a composição da matriz energética: as fontes intermitentes são complementares e não básicas. Posto isto, pergunta-se: é possível que a demanda de energia elétrica seja suprida apenas por fontes intermitentes? Se não, quais são as outras fontes que poderiam ser indicadas como básicas para formar a matriz de energia elétrica considerando conceitos de segurança, eficiência e ambientais?
Postas todas essas questões sobre a formação da matriz de energia elétrica, vale a pena fazer algumas reflexões sobre as tendências globais e suas consequências.
Tecnologia e inovação contribuindo para o aumento da produtividade e para preservar o meio ambiente e em contrapartida a preservação ambiental como uma aliada da produtividade.
As consequências desse cenário é a necessidade imperiosa de uma maior produção de bens, produtos, alimentos, etc., que garantam a sobrevivência do homem e o seu bem-estar. Isto implica em maior consumo de energia e maior exploração dos recursos naturais, levando a maiores impactos sobre o ambiente e a escassez de água. Esta é a realidade! “A Realidade é como ela é e não como gostaríamos que ela fosse. Cabe ajustá-la aos nossos objetivos maiores seguindo o caminho do rio que contorna a montanha para chegar ao mar”. E este ajuste terá de ser feito inexoravelmente com tecnologia e inovação a serviço da eficiência e do meio ambiente. Definitivamente, é preciso aceitar a realidade e mudar para
sobreviver.
*Saulo Cisneiros é diretor técnico do Cigré-Brasil.
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