Reajustes médios nas tarifas devem chegar a 5,96% em 2023, estima Thymos Energia

Em 2023, a conta de luz deve sofrer reajustes médios bem menores do que os observados no ano passado. Segundo estimativas da consultoria Thymos Energia, a média de aumentos deve ficar em 5,96% – o acréscimo chegou a 11,35% em 2022.

“Apesar de alguns fatores pressionarem as tarifas, temos vários outros que trazem alívio, e a combinação de todos esses componentes resultou numa média mais razoável para o bolso do consumidor”, explica o presidente da Thymos, João Carlos Mello. O executivo se refere às premissas levadas em conta pela consultoria na hora do cálculo. 

Entre os fatores que vêm pressionando as tarifas ao longo dos últimos anos, estão os pagamentos ainda em curso da chamada Conta Covid, além dos custos de geração extra de eletricidade durante a escassez hídrica de 2021, que serão cobrados por meio da CDE Escassez Hídrica, encargo mensal inserido no cálculo das tarifas de energia elétrica em um período de 54 meses – a partir dos processos tarifários de 2023, definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Apesar do consumidor ainda pagar essas parcelas, as boas condições hidrológicas atuais e a redução dos índices de inflação ajudaram a segurar os índices de reajuste. Outro fator é a não previsão de uma maior desvalorização cambial, já que a energia gerada em Itaipu é cobrada em dólar, por se tratar de uma usina binacional. Além disso, a taxa de repasse de Itaipu para 2023 teve uma redução de 33% se comparada ao ano anterior, devido ao fim do custo do financiamento da hidrelétrica.

Os aportes que a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) vai receber da privatização da Eletrobras e os créditos tributários concedidos a algumas distribuidoras também trazem para baixo o índice deste ano. Mello ressalta que os créditos tributários, concedidos pela Lei 14.385/2022, podem provocar um alívio médio de 6,53%.

O cálculo que indica aumento de 5,96% trata-se de uma média, com as empresas do Brasil repassando reajustes menores ou maiores. Apesar do otimismo, o presidente da Thymos avalia que algumas distribuidoras podem chegar a aplicar dois dígitos de acréscimo devido a questões específicas, como revisões tarifárias que ocorrem de quatro em quatro anos e a restituição de medidas de desoneração utilizadas para conter os reajustes nos anos anteriores (2020 e 2021).

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