Vendas da indústria eletroeletrônica ficam abaixo do esperado

Edição 68 / Setembro de 2011
Por Luciana Mendonça

Sondagem setorial da Abinee revela que faturamento do setor cresceu 11%, mas ficou aquém das expectativas. Desvalorização do dólar foi um dos fatores que influenciou o resultado. 


O faturamento da indústria eletroeletrônica, no primeiro semestre, cresceu 11% na comparação com igual período em 2010, mas ficou abaixo das expectativas das indústrias. Para o setor, os negócios teriam sido melhores, caso o dólar não tivesse se desvalorizado. Os dados foram apresentados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), em coletiva de imprensa, no último dia 8 de setembro.

O fato teve reflexo nas empresas da área de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (GTD), que apresentaram vendas e/ou encomendas abaixo das estimativas no segundo trimestre. As exportações do segmento de GTD baixaram 25%, somando US$ 325 milhões no primeiro semestre de 2011. Já as importações cresceram 47%, totalizando US$ 832 milhões, o que deixou a balança comercial negativa em US$ 507 milhões.

No caso do crescimento das importações, o grande vilão, além do dólar baixo, é a forte concorrência dos países asiáticos. “Nós constatamos diferenças de preços entre os produtos nacionais e os asiáticos que chegam a 30%; não há como competir dessa forma. O cliente só consome o produto nacional se ele fizer questão da marca, do contrário, vai certamente optar pelo importado”, afirma o diretor da área de GTD da Abinee, Newton Duarte.

Os planos de investimentos em GTD têm ocorrido com regularidade, propiciando encomendas contínuas de equipamentos nos últimos anos. Apesar das condições favoráveis do mercado, as indústrias locais estão com sérios problemas, como a modalidade de leilões via internet com o encerramento randômico; a falta de pré-qualificação técnica dos participantes dos leilões; incentivo aos investimentos da Zona Franca de Manaus para infraestrutura na Amazônia Legal, que dá isenção fiscal aos bens de capital importados, colocando os fornecedores estrangeiros em franca vantagem em relação aos fabricantes de equipamentos das demais regiões do País, especialmente para as grandes obras do Rio Madeira.

O faturamento da área de material elétrico de instalação cresceu 5% na primeira metade de 2011 frente a igual período de 2010, percentual considerado muito fraco apesar dos incentivos dados pelo governo para a indústria da construção civil e das condições favoráveis ao consumo das famílias. O mercado de varejo é movimentado pelas lojas dos mais diversos portes e localidades, cujas influências vêm das condições de compras dos consumidores que foram favoráveis no início do ano.

O crescimento do faturamento da área de componentes elétricos e eletrônicos foi de apenas 4% no primeiro semestre de 2011, resultado do aumento de 8% no primeiro trimestre e de queda de 1% no segundo trimestre. Este comportamento se deve ao baixo crescimento da área de utilidades domésticas e ao aumento das importações de bens finais eletroeletrônicos em geral.

A avaliação das encomendas pelas empresas indica que o mercado perdeu consistência no segundo trimestre. A constatação pode ser observada pelas áreas de componentes elétricos e eletrônicos, equipamentos industriais, GTD e informática, com o aumento da incidência de empresas que indicaram que seus negócios ficaram abaixo das expectativas do primeiro para o segundo trimestre.

Em relação às demais áreas que apresentaram indicações, no sentido inverso, destaca-se o caso do segmento de automação industrial, cuja tendência natural de crescimento das encomendas neste início de ano ocorreu em decorrência dos investimentos realizados em 2010. Os equipamentos de automação são utilizados na parte final das instalações industriais e, por este motivo, reagem tardiamente às variações do mercado.

No caso da área de material elétrico de instalação, o mercado ainda não reagiu adequadamente às ações de motivação da construção civil. Apesar disso, as indicações são de que as condições favoráveis para o consumo continuarão nos próximos meses. Há que se destacar também os reajustes salariais das principais categorias de trabalhadores e, ainda, o aumento do salário mínimo, da ordem de 14%, já definido para o próximo ano.

A projeção de alta no faturamento na análise da entidade ficou em 8% para 2011, sendo 10% para GTD. Em relação ao faturamento, a média de todos os setores analisados pela Abinee ficou em crescimento de 11%, mesmo patamar da área de GTD. 

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