Apagão da mão de obra qualificada

Edição 63 – Abril de 2011
Por Carla Valéria C. Estremes Ricci

 

A educação no Brasil vai mal. De acordo com o último Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp 2010), que mede os conhecimentos dos estudantes do ensino fundamental e médio da rede estadual nas disciplinas de língua portuguesa e matemática, os resultados pioraram em 2010. Mesmo partindo de notas baixíssimas em 2009.


Se o Estado mais rico do País não consegue melhorar a educação, fico imaginando o desempenho dos outros com menos recursos. Este é apenas mais um fator que reforça o “apagão de mão de obra qualificada”, que já começou e tende a estourar nos próximos anos. Uma pena, porque o País vive um momento raro em nossa história: desenvolvimento econômico, geração de oportunidades, aumento da renda e liberdades democráticas.

A educação é a base que falta para que o Brasil deixe de ser um país de desigualdades sociais e econômicas. Nós, leitores ávidos, interessados, esclarecidos, com um mínimo de discernimento político, somos minoria. Mas, ironicamente, quem decide o rumo político neste País é a maioria que vota, composta de semianalfabetos, facilmente manipulada exatamente pela sua ignorância.

No atual desenvolvimento econômico, estamos sofrendo com a carência de profissionais qualificados nos mais diversos setores e regiões do Brasil. É o caso da construção civil, do telemarketing e do setor elétrico, entre outros. Os poucos engenheiros em Palmas (TO), por exemplo, são disputados pelas construtoras, que vão até os seus atuais locais de trabalho para fazer ofertas de trabalho.

As empresas que não conseguem elevar os salários para reter seus talentos acabam tendo uma alta rotatividade de funcionários ou tendo que se contentar com pessoal sem qualificação. Investir em treinamento interno é uma saída, mas é preciso manter programas de incentivo e motivação, caso contrário, a empresa torna-se apenas uma “escada” para outros empregos.

Este apagão de mão de obra qualificada deve deixar as empresas em situação de alerta, já que os salários tendem a aumentar e o nível de escolaridade dos contratados diminuir. Quando as exigências diminuem, aumenta a necessidade de capacitação, caso contrário, a empresa corre o risco de perder competitividade e consumidores, os quais, aliás, são os que mais sentirão os resultados deste apagão.

Na área de atendimento ao cliente, já é possível perceber a escuridão. O nível dos atendentes cai assustadoramente, só falta o cliente fazer o trabalho deles. E são pessoas que deveriam ser cuidadosa e extremamente selecionadas e treinadas, afinal, são os olhos, os ouvidos e a voz da empresa! Carregam a enorme responsabilidade de falar em nome da empresa, mas falam errado, agem errado, saem do emprego e entram funcionários piores.

No setor elétrico já começam a faltar instaladores e engenheiros especializados e comprometidos com o cliente. Dessa forma, o consumidor não sabe a quem recorrer e facilmente se deixa enganar. Muitos querem se aventurar prestando serviços bem específicos que se mostram lucrativos e acabam fazendo uma única venda e deixando o cliente na mão. O ilustre “estalador”, como ele mesmo se autodenomina, vende um produto barato pelo dobro ou triplo do preço, cobra a instalação e parte para outra venda lucrativa. Faltam pessoas sérias, treinadas, com curso de NR 10. Especialistas em qualidade de energia? Conta-se nos dedos das mãos.

Faça-se a luz!

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